Por María J. Moriarty
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25 de abr de 2025 às 13:53
A arquidiocese de Los Angeles, EUA, recebeu cerca de 5,5 mil convertidos à Igreja na Páscoa deste ano, o maior número em cerca de uma década e um número impressionante para a maior arquidiocese dos EUA, segundo líderes locais.
O padre Juan Ochoa, responsável pelo Escritório para o Culto Divino da arquidiocese de Los Angeles, tem acompanhado os números de perto e disse à CNA, agência em inglês da EWTN, que não esperava esse aumento.
"Geralmente vemos um aumento de 10% em relação ao ano anterior. Este ano, foi cerca de 45%. Isso é significativo", disse o padre Ochoa.
Este número inclui cerca de 2,8 mil pessoas batizadas na Vigília Pascal, que não tinham afiliação anterior ao cristianismo.
Muitos outros fiéis já tinham sido batizados em outras tradições cristãs e receberam os sacramentos da crisma e da eucaristia em paróquias nos condados de Los Angeles, Ventura e Santa Bárbara.
Para muitos, a escolha de entrar na Igreja foi profundamente pessoal. Ochoa disse que as conversões deste ano foram diferentes das de outros anos.
"Não posso apontar um motivo”, disse. “Não é só uma coisa. Acho que a covid fez as pessoas refletirem. Para alguns, ela criou espaço para fazer perguntas. E talvez agora eles estejam prontos".
A divulgação dos números de conversão deste ano ocorreu logo depois da morte do papa Francisco.
Sobre o possível mpacto do papa, que morreu na segunda-feira (21), Ochoa disse que "ele deu à Igreja uma imagem diferente. Ele alcançou pessoas que não se sentiam vistas. E por causa disso, algumas pessoas começaram a olhar para a Igreja de uma nova maneira", disse o padre.
Para Ochoa, o legado de Francisco continua vivo nas próprias pessoas que entram pelas portas da Igreja nesta Páscoa.
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"Eles não estão aqui porque alguém os pressionou. Eles estão aqui porque algo os chamou", disse o padre.
Ochoa viu um número crescente de paróquias adotando esse mesmo foco externo. "Alguns sacerdotes estão percebendo que não é suficiente continuar fazendo o que sempre fizemos. Eles estão se perguntando como alcançar as pessoas que ainda não estão aqui", disse ele.
Essa mudança levou tempo. O padre Ochoa falou sobre o Escritório de Nova Evangelização e Vida Paroquial da arquidiocese, que ajudou as paróquias a pensarem mais intencionalmente sobre a evangelização. Em vez de aplicar um único modelo em todos os lugares, o escritório trabalha com líderes locais para entender o que é possível, e necessário, em sua comunidade.
"Trabalhei em três paróquias diferentes. Mesmo com dados demográficos semelhantes, você não pode simplesmente copiar e colar. O que funciona num lugar pode não funcionar em outro. A cultura é importante", disse Ochoa.
Ele também destacou o papel fundamental de diversas vozes católicas nas mídias sociais e plataformas digitais em ajudar as pessoas a aprender sobre a fé, especialmente aquelas que podem ter hesitado em entrar numa igreja imediatamente.
Em outras partes do país, outras dioceses também registram aumentos nas conversões de adultos. Thomas Rzeznik, professor associado de história da Seton Hall University, no Estado de Nova Jersey, e coeditor da revista trimestral American Catholic Studies, diz que isso reflete um momento mais profundo.
"Há uma fome de significado agora. As pessoas estão buscando por algo mais fundamentado. E quando eles encontram uma paróquia acolhedora e preparada, isso pode fazer toda a diferença", disse Rzeznik.
Mesmo com os dados nacionais mostrando um declínio nos batismos infantis nos EUA, o crescimento das iniciações em adultos conta outra história. Ochoa vê esse contraste todos os anos.
"Os batismos infantis refletem a cultura, a tradição", disse ele. "Mas batismos de adultos - isso é pessoal. É alguém decidindo, por si mesmo, que é isso que eles querem. Isso importa", concluiu.
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María J. Moriarty é jornalista freelancer com mais de dez anos de experiência na área. Ela tem mestrado em Comunicação de Massa e bacharelado em Jornalismo pela Universidade de Missouri-Columbia. Originalmente da Cidade do México, ela começou sua carreira em transmissão antes de se dedicar à reportagem financeira, em que ou a maior parte de sua carreira.