O advogado de defesa do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP), Miguel Vidigal informou ontem (7), em nota, que o depoimento do sacerdote à Polícia Federal (PF) transcorreu “dentro dos parâmetros de urbanidade esperados”, mas, segundo Vidigal, houve uma quebra do sigilo sacerdotal por meio da PF que “causou espanto e inconformidade”, pois a instituição extraiu “conversas do religioso com fiéis e sacerdotes que regularmente o procuram para direção espiritual”.

O depoimento do padre José Eduardo à Polícia Federal aconteceu ontem, no âmbito de investigações contra suspeitos de planejar um golpe de Estado no Brasil. Em fevereiro, o padre foi alvo de busca e apreensão em uma operação da PF, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O padre foi acusado de fazer parte do "núcleo jurídico" deste suposto golpe, no qual também eram investigados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), assessores, aliados, militares e ex-ministros do seu governo.

Segundo o advogado de defesa do padre José Eduardo, no depoimento de ontem, “reiterou-se e ficou claro que o padre nunca participou de qualquer reunião nem colaborou na redação de qualquer documento que visasse favorecer uma ruptura institucional no país”.