7 de junho de 2025 Doar
Um serviço da EWTN News

Papa no Japão: Todos precisamos de uma mão amiga para voltar a começar com esperança 2rk6i

É essencial encontrar uma mão amiga, uma mão irmã, capaz de ajudar a erguer não só a cidade, mas também o olhar e a esperança, expressou o Papa Francisco a um grupo de sobreviventes da tríplice catástrofe de 2011, com quem se encontrou na manhã desta segunda-feira, 25 de novembro, em Tóquio, por ocasião de sua visita apostólica ao Japão.

Em 11 de março de 2011, um terremoto de 9 graus com epicentro no mar e a 32 quilômetros de profundidade, estremeceu durante 6 minutos a costa leste de Honshu, a principal ilha do país, em especial a província de Miyagi.

Este forte terremoto, considerado o quarto mais potente do mundo nos últimos 500 anos, produziu um tsunami com ondas de até 15 metros que devastou cidades e vilarejos. Cerca de 115 mil edifícios ao longo de 400 quilômetros de costa foram destruídos, fazendo com que mais de 150 mil pessoas fossem deslocadas e realocadas para outras áreas do país.

Essas ondas foram a verdadeira força destrutiva, penetrando cerca de 40 quilômetros no interior do Japão ao longo da costa leste, causando danos, especialmente nas províncias de Aomori, Iwate, Miyagi e Fukushima.

No entanto, o movimento telúrico também causou a queda da rede elétrica e falhas devido ao superaquecimento na central nuclear de Fukushima, liberando material radioativo no Oceano Pacífico, no que é considerado o desastre nuclear mais grave do mundo desde Chernobyl, em 1986. O colapso enviou nuvens de poeira radioativa sobre a região circundante, forçando muitas pessoas a evacuar a área.

Estima-se que 19 mil pessoas morreram e 150 mil foram deslocadas pela "tríplice catástrofe", muitas delas não voltaram para suas casas, principalmente na cidade de Sendai (Miyagi), a mais afetada.

O encontro com o grupo de sobreviventes foi realizado no Bellesalle Hanzomon, onde o Papa foi recebido pelo Arcebispo de Tóquio, Dom Tarcisius Isao Kikuchi, e pelo bispo de Sendai, Dom Martin Tetsuo Hiraga.

Antes de suas palavras, o Santo Padre ouviu os testemunhos de Toshiko Kato, sobrevivente do terremoto e tsunami e responsável por um jardim de infância católico na cidade de Miyako; do sacerdote budista Tokuun Tanaka e do jovem Matsuki Kamoshita, ambos sobreviventes do desastre nuclear.

Em seu discurso, Francisco lhes agradeceu por expressarem "a tristeza e a dor sofridas por tantas pessoas, mas também a esperança aberta para um futuro melhor". Além disso, atendendo ao pedido do jovem Matsuki, o Santo Padre convidou os presentes a fazer um momento de silêncio e rezar pelas pessoas "que perderam a vida, pelas suas famílias e pelos que ainda estão desaparecidos. Façamos uma oração que nos una e dê a coragem de olhar em frente com esperança".

O Santo Padre também agradeceu aos que trabalham na reconstrução e por "aliviar a situação das mais de cinquenta mil pessoas que foram evacuadas" e que ainda não podem voltar para suas casas.

Nesse sentido, disse que esta ação "não se pode exaurir no tempo desaparecendo após o choque inicial, mas que devemos prolongar e apoiar. Entretanto – lembrou Matsuki – alguns dos que viviam nas áreas afetadas agora sentem-se esquecidos, e parte deles deve fazer frente a problemas contínuos de terras e florestas contaminadas e os efeitos a longo prazo das radiações"

Nesse sentido, o Papa encorajou a que o encontro de 25 de novembro sirva como um chamado para continuar a solidariedade com as vítimas dessas tragédias, porque sem recursos básicos "não é possível levar por diante uma vida digna e ter o mínimo necessário para conseguir uma reconstrução".

"Ninguém se 'reconstrói' sozinho, ninguém pode começar de novo sozinho. É essencial encontrar uma mão amiga, uma mão irmã, capaz de ajudar a erguer não só a cidade, mas também o olhar e a esperança", afirmou.

Francisco destacou o testemunho de Toshiko, que, apesar de perder sua casa, "está agradecida por poder apreciar o dom da vida e sentir esperança quando vê as pessoas unir-se para se ajudarem entre si". "Nestes oito anos após o tríplice desastre, o Japão demonstrou como um povo se pode unir em solidariedade, paciência, perseverança e resistência", afirmou o Papa.

Ele também se referiu às palavras do sacerdote budista Tokuun, que perguntou como responder a outros problemas importantes "que não podem, como bem sabeis, ser considerados e tratados isoladamente: guerras, refugiados, alimentação, disparidades econômicas e desafios ambientais".

"É um erro grave pensar que, hoje, se podem enfrentar os problemas de maneira isolada, sem os assumir como parte de uma rede mais ampla", indicou o Papa.

O primeiro o, disse, "é trabalhar e caminhar rumo a uma cultura capaz de combater a indiferença", porque " se um membro de nossa família sofre, todos sofremos com ele". "Pertencemo-nos uns aos outros", assinalou.

Mais em 4h2f4e

“Isso é genocídio”, diz bispo sobre ataques terroristas islâmicos contra cristãos na Nigéria 3x4939

Nesse sentido, indicou que, no caso do acidente da central de Fukushima, "além das preocupações científicas ou médicas, existe ainda um trabalho imenso a fazer para restaurar o tecido da sociedade".

"Enquanto não se restabelecerem os laços sociais nas comunidades locais e as pessoas não voltarem a ter uma vida segura e estável, não estará completamente solucionado o acidente de Fukushima. Daqui brota a preocupação com o prolongamento do uso da energia nuclear, como justamente apontaram os meus irmãos bispos do Japão, que pediram a abolição das centrais nucleares", assinalou o Papa.

O Pontífice também alertou sobre "a tentação de fazer do progresso tecnológico a medida do progresso humano", um paradigma que "molda a vida das pessoas e o funcionamento da sociedade, levando frequentemente a um reducionismo que afeta todas as áreas da nossa sociedade".

"Por isso, em momentos como este, é importante fazer uma pausa, parar e refletir sobre quem somos e – talvez de forma mais crítica – quem queremos ser. Que espécie de mundo, que tipo de legado queremos deixar a quantos vierem depois de nós?", perguntou.

"Queridos irmãos, no trabalho contínuo de recuperação e reconstrução depois do tríplice desastre, muitas mãos se devem juntar e muitos corações se devem unir como se fossem um só. Desta forma, as pessoas que sofreram receberão apoio e saberão que não foram esquecidas. Saberão que muitas pessoas compartilham, ativa e eficazmente, o seu sofrimento e continuarão a estender uma mão fraterna para ajudar".

"Mais uma vez, louvemos e demos graças por todos aqueles que procuraram, com simplicidade, aliviar o peso das vítimas. Que esta compaixão seja o caminho que permita a todos encontrar esperança, estabilidade e segurança para o futuro", expressou.

Após este encontro, o Santo Padre se dirigiu à reunião privada com o imperador japonês Naruhito. Mais tarde, às 11h45 teve um encontro com os jovens na Catedral de Santa Maria e, às 16h, celebrou uma Missa no Tokio Dome, e finalmente concluiu seu dia com um discurso às autoridades e corpo diplomático.

As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada c6da

Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.

Suscribirme al boletín

Confira também:

Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós! uy3h

Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.

Doar