Vaticano, 2 de set de 2021 às 11:40 4b5x2u
O papa Francisco disse sobre o caminho sinodal alemão que “não tomaria o assunto de forma trágica. Não existe má vontade em muitos dos bispos com os quais conversei. É um desejo pastoral, que por ora não leva em conta algumas coisas. E eu explico isso na carta, que é preciso ter em consideração”. A carta a que o papa se referiu na entrevista dada à rádio Cope, da conferência episcopal espanhola, divulgada nesta quarta-feira, 1º, foi enviada aos bispos alemães e, junho de 2019, três meses antes do início do caminho sinodal. Ela expressa “tudo o que sinto sobre o sínodo alemão”, disse Francisco.
O caminho sinodal alemão, que deve terminar em fevereiro de 2022, é um conjunto de debates entre bispos, clérigos e leigos sobre a Igreja na Alemanha. Os debates giram em torno de quatro temas principais: a forma como o poder é exercido na Igreja, a moral sexual, o sacerdócio e o papel das mulheres. Há propostas sendo discutidas de mudança na moral sexual, inclusive com a aceitação do homossexualismo, o fim do celibato sacerdotal e a ordenação de mulheres.
Na carta, o papa fala de uma tentação de pensar que, “frente a tantos problemas e carências, a melhor resposta seria reorganizar as coisas, fazer mudanças e especialmente ´remendos` que permitam pôr em ordem e em sintonia a vida da Igreja adaptando-a à lógica presente ou a de um grupo particular”. Para Francisco, esse caminho “só provocaria, com o tempo, adormecer e domesticar o coração do nosso povo, diminuindo e inclusive silenciando a força vital e evangélica que o Espírito quer dar”.