Por Almudena Martínez-Bordiú
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30 de mai de 2025 às 15:22
O papa Leão XIV disse hoje (30) que “a paz autêntica é aquela que toma forma a partir da realidade”, quando as diferenças e os conflitos que elas acarretam “não são removidos, mas reconhecidos, assumidos e superados”.
“Queridos irmãos e irmãs, a paz esteja convosco”, disse o papa aos Movimentos Populares pela Paz que recebeu hoje no Vaticano, as mesmas palavras que usou em sua primeira mensagem como papa no último dia 8.
Leão XIV agradeceu a presença dos movimentos no evento "Arena da Paz" em Verona, que ocorreu em maio do ano ado e teve a presença do papa Francisco. O encontro de hoje teve a presença de cerca de 300 delegados representantes de associações e movimentos que participaram do evento.
Entre os grupos e movimentos presentes hoje na Sala Clementina estavam: Mediterranea Human Saving; Libera; a Rede Italiana pela Paz e Desarmamento; as presidências da Ação Católica, dos Médicos Sem Fronteiras e do Movimento dos Focolares.
O papa disse que, naquela ocasião, Francisco reafirmou que a construção da paz começa pelo apoio às vítimas, divulgando suas perspectivas.
Essa perspectiva, segundo Leão XIV, “é essencial para desarmar os corações, os olhares, as mentes e denunciar as injustiças de um sistema que mata e se baseia sobre a cultura do descarte”.
O caminho para a paz requer corações e mentes formados para cuidar dos outros 4l1jz
O papa falou sobre "o abraço corajoso" entre o israelense Maoz Inon — cujos pais foram mortos pelo grupo terrorista islâmico Hamas no ataque a Israel em 7 de outubro de 2023 — e o palestino Aziz Sarah — cujo irmão foi morto por membros da Força de Defesa de Israel — ambos presentes na audiência de hoje. "Esse gesto permanece como um testemunho e sinal de esperança", disse também Leão XIV.
“O caminho pela paz requer corações e mentes treinados e formados para a atenção ao outro e capazes de reconhecer o bem comum no contexto atual”, disse também o papa.
Leão XIV disse também que o caminho para a paz é comunitário e "a pelo cuidado das relações de justiça entre todos os seres vivos".
Numa época como a atual, “marcada pela velocidade e pelo imediatismo”, o papa ressaltou a necessidade de “redescobrir os longos períodos de tempo necessários para que esses processos se realizem”.
Assim, ele disse que "paz autêntica é aquela que toma forma a partir da realidade (territórios, comunidades, instituições locais e assim por diante) e na escuta dela”.
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“Precisamente por isso, percebemos que essa paz é possível quando as diferenças e os conflitos que ela acarreta não são removidos, mas reconhecidos, assumidos e superados", enfatizou o papa.
Por isso, Leão XIV exortou os Movimentos Populares pela Paz a promoverem o diálogo com todos e a manterem "a criatividade e o gênio que nascem da cultura de paz", com projetos que, ao mesmo tempo, inspirem esperança.
A não-violência deve caracterizar as decisões whx
O papa lamentou que "há muita violência no mundo", dizendo que, diante das guerras, do terrorismo, do tráfico de pessoas e das agressões generalizadas, "as crianças e os jovens precisam de experiências que eduquem para a cultura da vida, do diálogo, do respeito mútuo".
“Antes de tudo, eles precisam de testemunhas de um estilo de vida diferente e não-violento”, disse também Leão XIV.
Por isso, ele disse que as vítimas que rejeitam a vingança "tornam-se os protagonistas mais credíveis dos processos não violentos de construção da paz".
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“A não-violência como método e como estilo deve caracterizar as nossas decisões, as nossas relações, as nossas ações”, disse o papa.
Leão XIV também propôs o Evangelho e a doutrina social da Igreja como “alimento constante desse compromisso” para os cristãos e também como “bússola” válida para todos.
“Porque é, de fato, uma tarefa confiada a todos, crentes e não crentes, que devem desenvolvê-la e fazê-la por meio da reflexão e da prática inspiradas na dignidade da pessoa e no bem comum”, enfatizou o papa.
Ele disse que a paz está nas mãos de todas as instituições e, por isso, as exortou a estarem presentes “na massa da história como fermento de unidade, de comunhão, de fraternidade”.
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“A fraternidade precisa ser descoberta, amada, vivenciada, proclamada e testemunhada”, enfatizou Leão XIV antes de encorajar os membros do movimento pela paz a agirem “com tenacidade e paciência”.
Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.