Por Victoria Cardiel
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15 de mai de 2025 às 16:22
O papa Leão XIV lamentou hoje (15) que os jovens tenham que lidar com "relativismo", "instabilidade emocional" e "superficialidade" e pediu que esses desafios dos tempos contemporâneos sejam transformados em "trampolins".
O papa recebeu hoje no Vaticano os Irmãos das Escolas Cristãs, conhecidos como lassalistas, fundados por são João Batista de La Salle. Ele falou sobre a importância de viver a educação como um “ministério e missão” para ajudar os jovens a darem o melhor de si, conforme com o plano de Deus.
Em seu discurso, Leão XIV falou sobre os obstáculos que as gerações mais jovens enfrentam: “O isolamento provocado por modelos relacionais desenfreados, cada vez mais marcados pela superficialidade, pelo individualismo e pela instabilidade emocional; na difusão de modelos de pensamento enfraquecidos pelo relativismo; na prevalência de ritmos e estilos de vida em que não há espaço suficiente para a escuta, a reflexão e o diálogo, na escola, na família, por vezes entre os próprios coetâneos, com a consequente solidão”.
Esses "desafios exigentes", disse o papa, devem se tornar "trampolins" para desenvolver instrumentos e adotar novas linguagens com as quais "tocar o coração dos alunos, ajudando-os e estimulando-os a enfrentar com coragem cada obstáculo para darem o melhor de si na vida, segundo os desígnios de Deus".
No encontro, que ocorreu no âmbito de dois aniversários especiais: o terceiro centenário da promulgação da bula In apostolicae dignitatis solio , com a qual Bento XIII aprovou o instituto e a regra (26 de janeiro de 1725), e o 75º aniversário da proclamação de La Salle como padroeiro dos educadores por Pio XII (1950), Leão XIV definiu os jovens como um “vulcão de vida” e os professores como “ministros e missionários”.
“Os jovens do nosso tempo, como os de todas as épocas, são um vulcão de vida, energia, sentimentos e ideias”, disse Leão XIV. “Isso se vê pelas coisas maravilhosas que sabem fazer em diversas áreas. No entanto, eles também precisam de ajuda para fazer com que tanta riqueza cresça em harmonia e para superar o que, mesmo de forma diferente do ado, ainda pode impedir seu desenvolvimento saudável”.
O papa americano elogiou a presença deles, que ele disse que continua trazendo "o frescor de uma realidade educativa rica e vasta", e enfatizou em seu discurso a dimensão ministerial e missionária do ensino.
Assim, ele citou são João Batista de La Salle, que respondeu ao pedido de Adriano Nyel, leigo que lutava para manter suas escolas para os pobres.
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Caminhos novos e muitas vezes inexplorados 16541p
"Seu fundador reconheceu em seu pedido de ajuda um sinal de Deus, aceitou o desafio e pôs a trabalhar”, disse o papa. “Assim, além de suas próprias intenções e expectativas, ele deu vida a um novo sistema de ensino: o das Escolas Cristãs, gratuitas e abertas a todos".
Em seu discurso, Leão XIV também destacou a capacidade de La Salle de responder criativamente às muitas dificuldades de seu tempo, aventurando-se também "em caminhos novos e muitas vezes inexplorados", e apreciou que o santo e educador francês tenha lançado a "revolução pedagógica" do ensino direcionado a turmas em vez de alunos individualmente.
Outro elemento inovador introduzido por La Salle foi "a adoção, como língua de ensino, em vez do latim, o francês, ível a todos; as aulas dominicais, nas quais também os jovens obrigados a trabalhar na semana podiam participar; o envolvimento das famílias no currículo escolar".
Todo esse legado, enfatizou o papa, deve servir de modelo de referência hoje.
Sob esta premissa, a formação dos professores, segundo aquele princípio tão caro a La Salle: “ensino vivido como ministério e missão, como consagração na Igreja”.
Leão XIV também falou sobre o princípio de “evangelizar educando e educar evangelizando”, sublinhando finalmente a importância da “sinergia” entre todos os “componentes formativos”.
Por fim, o papa pediu que “caminhos alegres e fecundos de santidade” sejam fomentados e promovidos entre os jovens.
Victoria Cardiel é jornalista especializada em temas de informação social e religiosa. Desde 2013, ela cobre o Vaticano para vários veículos, como a agência de noticias espanhola Europa Press, e o semanário Alfa y Omega, da arquidiocese de Madri (Espanha).
