Por Edward Pentin
4a2r46
6 de mai de 2025 às 13:34
Prever o próximo papa é, como disse um colega apropriadamente, como atirar dardos num alvo com os olhos vendados.
Embora tenhamos alguma ideia de quem são os candidatos proeminentes, saber com alguma precisão qual cardeal os membros do Sagrado Colégio escolherão como sucessor de são Pedro é uma tarefa tola.
Quase nenhum vaticanista, por exemplo, tinha o cardeal Jorge Mario Bergoglio em suas listas em 2013. E as casas de apostas não se saíram melhor, com muitas dando algumas das melhores probabilidades para candidatos improváveis ou, no caso deste conclave, para cardeais com mais de 80 anos, que geralmente têm menos chances de eleição.
Este conclave será especialmente difícil de prever e pode ser longo, já que muitos dos cardeais vêm do hemisfério sul e muitos não se conhecem.
Dito isto, é possível listar alguns dos candidatos que parecem ter as qualidades necessárias para um papa, e outros fatores vistos como vantajosos, como idade, localização geográfica, inclinações teológicas, experiência e saúde pessoal.
Também vale a pena levar em conta o velho ditado sobre as eleições papais de que "um papa gordo sucede um magro", o que significa que um papa recém-eleito provavelmente terá uma visão e inclinações teológicas bem diferentes de seu antecessor.
Outro antigo aforismo diz que um homem que entra num conclave como papa sai como cardeal: em outras palavras, as expectativas são frequentemente frustradas. Mesmo o fato de um papa nomear uma grande maioria de cardeais não garante que eles elejam alguém como ele; às vezes é o contrário.
E, ao contrário da crença comum, o Espírito Santo não escolhe diretamente o próximo papa, mas deixa ao livre arbítrio dos cardeais decidir quem, espera-se, esteja aberto e obediente às inspirações do Espírito Santo.
Considerando esses fatores, segue abaixo uma lista geral de alguns cardeais considerados por muitos observadores figuras proeminentes no conclave. Não se trata de uma lista completa, nem se limita aos favoritos pessoais de cada um; só uma seleção dos que geraram discussão como possíveis candidatos (para ler seus perfis detalhados, os de outros papabilis e saber sua posição em questões específicas, veja o Relatório do Colégio de Cardeais, [link em inglês] do qual, para garantir a transparência, sou cofundador).
O arcebispo de Esztergom - Budapeste, Hungria, cardeal Péter Erdö, de 72 anos, cresceu sob o comunismo — experiência traumática que o marcou profundamente. Canonista altamente talentoso, ele estudou e lecionou em Roma e foi pesquisador na Universidade da Califórnia, EUA, na década de 1990. Ele foi primaz da Igreja na Hungria e, como ex-presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias, entende os desafios do cristianismo na Europa secular. Ele supervisionou os sínodos de 2014 e 2015 sobre a família como relator-geral, posição frequentemente vista como um trampolim para o papado. Doutrinariamente ortodoxo na maioria das áreas, suas habilidades jurídicas serão importantes se os cardeais desejarem reverter mudanças de Francisco e buscar continuidade com papas anteriores, como Bento XVI e são João Paulo II. Ele tem uma personalidade calma e reservada, pode ser tímido e avesso a riscos e evita controvérsias públicas, preferindo concentrar-se na missão espiritual e moral da Igreja. É um professor talentoso, profissão pela qual tem grande apreço, e reconhece a importância da fé no combate a regimes autoritários e totalitários. Uma das "maiores coisas da vida", disse dom Erdö no ano ado, é "ministrar na liturgia", pois envolve transmitir a fé e ensiná-la. Poliglota e irador do papa são Paulo VI, o cardeal era o favorito do cardeal George Pell, que morreu em 2023, que o via como um sucessor de são Pedro altamente adequado, alguém que ele acreditava poder restaurar a ordem e concentrar a Igreja em sua tarefa principal: a salvação das almas.
O cardeal Pietro Parolin, de 70 anos, ex-secretário de Estado da Santa Sé, surge como um dos principais candidatos. Ele não tinha experiência pastoral, tendo sempre atuado como diplomata da Santa Sé. O cardeal italiano teve papéis importantes em negociações internacionais, em relações com a China, a Venezuela e países do Oriente Médio. Ele foi um conselheiro próximo e confiável do papa Francisco, alinhando-se com a visão de Francisco sobre a reforma da Igreja, e o único nomeado por Francisco que permaneceu em seu cargo por todo o pontificado. Parolin também foi um membro do Conselho de Cardeais C9. Pragmático e discípulo do cardeal Achille Silvestrini, cardeal conhecido por discordar de doutrinas da Igreja, o cardeal Parolin se concentra no diálogo, na diplomacia e nas resoluções pacíficas em vez de enfatizar a doutrina. Ele disse que vê o concílio Vaticano II como revolucionário — "o novo paradigma de uma Igreja de dimensão mundial" que alguns temem que transformaria a Igreja num sínodo permanente. O cardeal é conhecido por seu estilo de comunicação cuidadoso e comedido; ele evita controvérsias e trabalha nos bastidores. Numa época em que os cardeais mal se conhecem, o cardeal é uma figura muito familiar, o que aumenta suas chances. Além de sua falta de experiência pastoral, seu outro calcanhar de Aquiles é o controverso acordo provisório Santa Sé-China de 2018, fortemente contestado pelo cardeal Joseph Zen Ze-Kiun e muitos outros. Ele se opõe firmemente à missa tradicional em latim e defende um papel maior para as mulheres na Igreja, mas se opõe à ordenação de mulheres como diaconisas ou sacerdotes.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram y3i42
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Mais em 4h2f4e
Primeira visita de Leão XIV à América Latina seria a Argentina, Uruguai e Peru, diz cardeal
1a686d
Ler o artigo
O cardeal romano Matteo Zuppi, de 69 anos, arcebispo de Bolonha, Itália, é uma figura proeminente na centro-esquerda da Igreja e é frequentemente mencionado como um potencial candidato ao papado pelos que querem um papa em plena continuidade com Francisco. Conhecido por sua abordagem simpática, ível e com conhecimento da mídia, ele tem sido frequentemente comparado ao papa Francisco em sua ênfase na misericórdia e em ir em busca especialmente dos pobres e marginalizados. Embora não seja um diplomata, Zuppi esteve envolvido em negociações internacionais de paz, particularmente em Moçambique como padre, e é muito próximo da comunidade leiga de Sant'Egidio. O papa Francisco o enviou como seu enviado de paz em visitas em grande parte infrutíferas à Ucrânia, à Rússia e ao Oriente Médio. A teologia do cardeal tem sido criticada em várias frentes. Ele tenta apelar para todos os lados da Igreja e até mesmo celebrou a missa tradicional em latim, mas seu foco é distintamente na política progressista, e ele é conhecido jocosamente como "capelão" do Partido Democrático, partido de centro-esquerda da Itália. O cardeal Zuppi está envolvido em ajudar os pobres, migrantes e comunidades marginalizadas, como pessoas com atração pelo mesmo sexo. Ele demonstrou um foco particular em questões LGBTQIA+, apoiando bênçãos para uniões homossexuais. Em outras questões, segundo o Relatório do Colégio de Cardeais, ele é a favor de tornar o celibato sacerdotal opcional, restringir a missa tradicional em latim, focar nas mudanças climáticas, reavaliar a encíclica Humanae Vitae, do papa são Paulo VI que proíbe o uso de anticoncepcionais, comunhão para divorciados recasados e Igreja sinodal.
O arcebispo de Utrecht, Holanda, cardeal Willem Eijk , de 71 anos, é teologicamente conservador. Firme defensor das doutrinas tradicionais da Igreja, especialmente em questões morais e éticas como a eutanásia e uniões homossexuais, e membro de longa data da Pontifícia Academia para a Vida da Santa Sé, o cardeal Eijk foi médico e tem profundo conhecimento de bioética, o que o torna adequado para enfrentar os desafios médicos e morais modernos. Ele liderou a Igreja na Holanda em tempos difíceis, como o declínio da frequência à Igreja na Holanda e o fechamento de igrejas. Como um jovem bispo, ele enfrentou com sucesso a oposição de grupos LGBTQIA+ ao manter a linha sobre as doutrinas da Igreja sobre homossexualidade. Isso, junto com a liderança da Igreja numa Holanda cada vez mais secular, o ajudou a entender os desafios do cristianismo na Europa moderna. Na pandemia de covid-19, o cardeal recorreu à sua formação médica para apoiar fortemente a vacinação, apesar das preocupações com a segurança e a eficácia. O cardeal Eijk é conhecido por seu estilo de liderança disciplinado, estruturado e, às vezes, austero. Ao longo dos anos, ele se acostumou a receber críticas, às vezes veementes, por sua adesão descarada à fé em todas as suas facetas, dando um exemplo para pastores que desejam “apascentar o rebanho” dado a eles por Cristo, não importando quais lobos estejam rondando ao redor.
O patriarca latino de Jerusalém, cardeal Pierbattista Pizzaballa tem uma personalidade enraizada em sua educação simples e rural na região italiana da Lombardia, que lhe deu um senso de sobriedade e sinceridade que mais tarde encontrou realização na sua vida como franciscano. Moldado por uma forte vocação precoce e pela influência de um querido padre local, ele é conhecido por sua franqueza, determinação e discernimento. Pouco se sabe sobre a teologia ou posições doutrinárias do cardeal, em parte porque ele raramente aborda questões controversas, mas é possível discernir um desejo genuíno de respeitar as tradições e práticas ortodoxas da Igreja, permanecendo aberto à modernidade. Suas experiências na Terra Santa, começando com uma chegada desafiadora na época da primeira Intifada no início dos anos 1990, promoveram uma profunda compreensão das complexidades da região e um compromisso com o diálogo inter-religioso, particularmente com a comunidade judaica. Pizzaballa ganhou destaque semanas depois de ter sido nomeado cardeal em 2023, quando disse estar pronto para se oferecer como refém em troca da libertação das crianças sequestradas pelo grupo terrorista islâmico Hamas nos ataques de 7 de outubro de 2023 contra Israel. Como líder, ele não tem medo de se manifestar e se esforça para tratar o conflito israelense-palestino com equanimidade, ao mesmo tempo em que demonstra particular simpatia pelo povo palestino. Ele tem desdém pelo clericalismo, uma preocupação com a justiça social e uma paixão pela Sagrada Escritura, tudo temperado por uma profunda espiritualidade franciscana. Se, como alguns especulam, o papado retornar aos italianos para um período de calma, dom Pizzaballa pode ser o italiano que eles vão escolher. O cardeal, que completou 60 anos no dia da morte do papa Francisco, pode ser considerado jovem demais para ser eleito, mas parece destinado a um cargo mais alto no futuro.
Assine aqui a nossa newsletter diária 331j6l
O cardeal maltês Mario Grech , de 68 anos, vem surgindo como um possível concorrente. Ele atualmente é secretário-geral do secretariado do Sínodo dos Bispos e, portanto, é naturalmente um forte defensor da sinodalidade. Ele era favorecido por Francisco e conhecido por seu estilo geralmente amigável e ível, mas sua vida episcopal foi marcada por controvérsias. No início de sua carreira, o cardeal Grech era conhecido por posições teologicamente conservadoras, como se opor à legalização do divórcio em Malta. No entanto, sua abordagem mudou depois da eleição do papa Francisco, e ele começou a mostrar apoio a questões como uniões homossexuais, embora permanecesse firme em oposição ao aborto. Ele favorece um diaconato feminino. Grech desempenhou um papel central na elaboração de um documento controverso que parecia ser mais brando em permitir que católicos divorciados e recasados recebessem a Sagrada Comunhão do que Amoris laetitia. Os críticos o acusaram de táticas pesadas em sua implementação. Mais recentemente, o cardeal Grech foi criticado por denunciar 85 bispos que criticaram o Caminho Sinodal Alemão, chamando suas críticas de "inúteis" e "polarizadoras", ao mesmo tempo em que disse ter confiança de que os líderes sinodais alemães "sabem o que estão fazendo". Controvérsias e críticas anteriores à sua governança à parte, ele foi um confidente leal e confiável do papa Francisco, com quem dividiu uma visão muito semelhante para o futuro da Igreja. Ele tem, em geral, um bom relacionamento com a mídia e, nos sínodos, mostrou-se amplamente aberto e disposto a responder a perguntas críticas ao processo e a preocupações de que ele estava sendo usado como um veículo para minar a doutrina católica e protestantizar a Igreja.
O cardeal guineense Robert Sarah é conhecido por sua fé profunda, rigor intelectual e compromisso inabalável com a doutrina tradicional da Igreja, que ressoa entre os fiéis adeptos da ortodoxia em todo o mundo. Autor de vários livros aclamados e ex-prefeito do Dicastério para a Divina Liturgia e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé, o cardeal Sarah é conhecido por sua santidade pessoal e amor à Igreja. Ele é irado por ter uma voz destemida e profética, combinada com uma franqueza comedida na defesa da Fé pela qual se tornou conhecido, especialmente no que diz respeito às doutrinas morais da Igreja. Sua experiência na resistência à ditadura marxista na Guiné, sendo colocado na lista de pessoas marcadas para morrer do ditador Ahmed Sékou Touré, é frequentemente creditada à sensibilidade do cardeal em saber quando falar com ousadia e quando ficar em silêncio. Ele defende uma "reforma da reforma" no que diz respeito à liturgia — para refinar as doutrinas do concílio Vaticano II sobre a liturgia para pôr fim a abusos. Como cardeal africano, sua eleição representaria uma mudança histórica. O cardeal Sarah quase perdeu a oportunidade de participar do conclave deste ano, pois completará 80 anos em junho. Suas críticas a aspectos do pontificado de Francisco, embora ressoem amplamente entre fiéis praticantes, podem prejudicá-lo se não repercutirem entre os cardeais eleitores. Mas ele continua popular e, apesar de ter perdido seu status na Igreja com sua aposentadoria em 2021, o cardeal Sarah ganhou reconhecimento como um firme defensor da fé. Se fosse eleito papa, o que parece improvável dada a composição do eleitorado, seria o primeiro sucessor africano de Pedro desde o papa são Gelásio I, no século V d.C.
O cardeal José Tolentino Calaça de Mendonça , de 59 anos, é visto por seus apoiadores como um potencial impulsionador para tornar a direção do papa Francisco para a Igreja mais permanente e fazer outras mudanças significativas. Poeta, biblista e educador em Portugal, o cardeal Tolentino cresceu em Angola, então colônia portuguesa. Ele atuou em importantes funções acadêmicas e eclesiásticas, culminando como prefeito do Dicastério para a Cultura e Educação da Santa Sé sob o papa Francisco. O cardeal Tolentino, como é geralmente chamado, teve uma ascensão meteórica e ganhou destaque particular em 2018, quando o papa Francisco o escolheu para pregar os exercícios espirituais para a Cúria Romana. Quatro meses depois, ele o nomeou arquivista e bibliotecário da Santa Igreja Romana; um ano depois, ele foi criado cardeal e nomeado para vários dicastérios da Santa Sé. O cardeal atraiu a atenção por "acolher todas" as pessoas. Ele também se aliou a uma monja beneditina feminista, a irmã Teresa Forcades, que promovia o aborto, a ordenação de mulheres, a "teologia queer" e o "casamento" entre pessoas do mesmo sexo. O cardeal Tolentino escreveu um prefácio (link em inglês) para um de seus livros e ela ajudou a lançar uma de suas obras. Ele nunca negou seu apoio aos escritos dela. Tolentino é um leitor apaixonado e prolífico e amante da literatura; sua poesia é altamente considerada pelos literatos portugueses, mas principalmente na esfera secular. Seu papel como prefeito de dicastério e sua conexão com grupos influentes como a comunidade de Sant'Egidio, a Organização das Nações Unidas (ONU) e aliados na Cúria Romana o colocam firmemente no setor mais modernista do Colégio de Cardeais.
O cardeal Robert Francis Prevost, que foi prefeito do influente Dicastério para os Bispos da Santa Sé desde abril de 2023, nasceu em Chicago, EUA, e ou muitos anos como missionário no Peru antes de ser eleito chefe dos agostinianos por dois mandatos consecutivos. Com 69 anos de idade, ele está intimamente alinhado com a visão do papa Francisco sobre prioridades pastorais, especialmente sobre o ambientalismo, o foco nos pobres e migrantes e uma abordagem pastoral que enfatiza o encontro com as pessoas onde elas estão. Ele disse publicamente que os bispos não devem agir como "pequenos príncipes sentados em seus reinos". As opiniões do cardeal Prevost sobre permitir que católicos divorciados e recasados civilmente recebam a Sagrada Comunhão em certos casos são desconhecidas. Ele demonstrou um leve apoio ao documento da Santa Sé Fiducia supplicans, publicado em 2023, enfatizando o papel das conferências episcopais em sua aplicação. O cardeal nascido em Chicago enfrentou controvérsias sobre o tratamento de casos de abuso sexual do clero, mas foi defendido diante das acusações. Ele é conhecido por sua abordagem discreta e ponderada, e tem sido elogiado por seus pares por sua capacidade de ouvir atentamente, capacidade de sintetizar questões complexas e questionamento criterioso. O cardeal Prévost é um possível candidato de compromisso caso os principais candidatos não consigam obter votos suficientes. Seu longo serviço missionário no Peru, primeiro como padre e depois como bispo, ao longo de um total de 22 anos, permite que ele seja visto mais como um candidato internacional do que americano, o que, em seu caso, atenua a escolha de um papa de uma superpotência. No entanto, ele pode ser considerado jovem demais e recém-nomeado cardeal (2023) para ser seriamente considerado papabile com qualquer chance significativa de ser eleito.
Amplamente respeitado, mas considerado um caso à parte devido às suas críticas apaixonadas, mas respeitosas, ao papa Francisco, é o cardeal americano Raymond Burke. Com 76 anos e natural de Richland Center, no Estado de Wisconsin, EUA, o cardeal Burke é um dos principais canonistas da Igreja, conhecido por suas visões tradicionais e ortodoxas e por sua disposição em defender o magistério da Igreja. Ex-prefeito da Apostólica, a instância jurídica máxima da Igreja, Burke é tradicional em liturgia, doutrina moral e disciplina da Igreja, tem sido um crítico ferrenho de interpretações teológicas que discordam do magistério e é visto como um líder entre os que desejam defender a tradição apostólica. Ele tem boa pontuação nos três munera de um bispo: ensinar, santificar e governar, e defender as doutrinas morais da Igreja. O cardeal não hesitou em desafiar altos funcionários da Igreja, entre eles o papa Francisco, em seu pontificado, em questões como a comunhão de católicos divorciados e recasados na esfera civil e de políticos católicos pró-aborto, a pressão pela normalização da homossexualidade na doutrina da Igreja. Ele pagou um preço por sua fidelidade, não só perdendo sua posição como prefeito da Apostólica e patrono da Ordem de Malta, mas também, como o jornal National Catholic , da EWTN, posteriormente descobriu, com Francisco cortando seu salário e plano de saúde, e aumentando significativamente o aluguel de seu apartamento no Vaticano. O cardeal é um forte defensor da missa tradicional anterior à reforma do Concílio Vaticano II e defendeu o lugar dela na Igreja, especialmente quando o papa Francisco restringiu seu uso. Suas chances de ser eleito papa são consideradas pequenas, visto que muitos cardeais foram escolhidos pelo papa Francisco e têm as mesmas opiniões do papa. No entanto, ele está nesta lista porque muitos fiéis praticantes costumam dizer que gostariam que ele fosse papa, mesmo sabendo que sua eleição é improvável. Um conclave muito prolongado poderia aumentar suas chances, mas um papel influente como “grande eleitor” que influencie o rumo do conclave é muito mais provável.
Edward Pentin é colaborador sênior do National Catholic e Analista da Santa Sé da EWTN News. Ele começou a fazer reportagens sobre o papa e a Santa Sé com a Rádio Vaticano antes de se tornar o correspondente em Roma do National Catholic da EWTN. Ele também fez reportagens sobre a Santa Sé e a Igreja Católica para uma série de outras publicações, incluindo Newsweek, Newsmax, Zenit, The Catholic Herald e The Holy Land Review, uma publicação franciscana especializada na Igreja e no Oriente Médio. Edward é o autor de The Next Pope: The Leading Cardinal Candidates (Sophia Institute Press, 2020) e The Rigging of a Vatican Synod? Uma investigação sobre suposta manipulação no Sínodo Extraordinário sobre a Família (Ignatius Press, 2015).