Por Courtney Mares
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24 de abr de 2025 às 10:01
Milhares de fiéis se despediram ontem (23) do papa Francisco e prestaram homenagem a ele na basílica de São Pedro, no Vaticano.
Longas filas de enlutados, muitos esperando mais de quatro horas sob o sol quente de Roma, contornavam a praça de São Pedro ontem, no primeiro dia de exibição do corpo. Autoridades da Santa Sé estenderam o horário de funcionamento da basílica para até 5h30 da manhã de hoje (24) para acomodar o grande número de pessoas.
Muitos dos presentes foram inicialmente a Roma para celebrar a Páscoa, participar do Jubileu 2025, ou testemunhar a canonização do beato Carlo Acutis, e acabaram fazendo parte de uma despedida histórica inesperada.
"As multidões são grandes... mas no geral foi lindo", disse Arianne Gallagher-Welcher, peregrina de Washington, D.C., EUA.
"Você podia sentir como era especial para todos... uma chance muito boa de dizer adeus ao papa Francisco", disse ela.
Gallagher-Welcher falou sobre o significado do Ano Jubilar da Esperança.
"Estivemos aqui no Jubileu em 2000. Agradecer e celebrar a vida do papa Francisco no Ano Jubilar da Esperança é um presente incrível", disse ela.
Enquanto as pessoas se dirigiam lentamente para a basílica, algumas rezavam o rosário enquanto outras cantavam hinos. Lá dentro, as pessoas puderam ar um momento em oração diante do caixão aberto do papa em frente ao altar-mor e ao túmulo de São Pedro.
Vestido com vestes vermelhas, uma mitra de bispo na cabeça e um rosário nas mãos, Francisco foi vigiado em silêncio por quatro guardas suíços em vigília.
"À medida que nos aproximávamos do corpo de nosso Santo Padre, foi muito emocionante vê-lo", disse o padre Fabian Marquez, da diocese de El Paso, Texas, EUA. "Mas sou muito grato por todas as grandes coisas que ele fez pela comunidade, unindo as pessoas".
"E minha oração pessoal era que agora ele intercedesse para que o próximo Pedro viesse, para que o próximo Pedro possa nos levar aonde o Senhor deseja que vamos", disse Márquez.
Márquez viajou a Roma com outros sacerdotes para a canonização do beato Carlo Acutis. Sua viagem ganhou um novo significado com a morte do papa.
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"Tudo mudou desde a notícia de que nosso Santo Padre morreu", disse Márquez. "Decidimos continuar a vir ... só para estar aqui com ele".
"Pudemos rezar o rosário com as pessoas e foi muito emocionante estar aqui fora da basílica hoje... quando transferiram o corpo de Santa Marta para a basílica", disse o padre.
Monsenhor Humberto González, da Pontifícia Comissão para a América Latina, falou sobre uma memória pessoal do papa Francisco em 2020, quando concelebrou uma missa em homenagem a Nossa Senhora de Guadalupe junto com o papa depois da perda de sua mãe.
"Antes da missa, ele me chamou para a sacristia. Ele me deu um abraço, me consolou e disse: 'Vou oferecer a missa por Carlina, por sua mãe'. Eu levo isso no meu coração".
Gonzalez prestou suas últimas homenagens com outras autoridades da Santa Sé na capela da residência do papa no Vaticano antes que o corpo de Francisco fosse transferido numa procissão solene para a basílica de São Pedro.
A exibição pública do corpo na basílica continuará por três dias, concluindo amanhã (25) às 19h (14h no horário de Brasília), quando o caixão será selado antes do funeral.
O monsenhor disse que para ele era uma oportunidade de dizer: "Obrigado, Santo Padre. Obrigado por tudo de bom, obrigado pelo presente que foi sua pessoa. Obrigado por se entregar completamente à humanidade e por nos dar tantos ensinamentos".
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O significado do momento se estendeu até mesmo a não-católicos. Jai Agarwal, estudante americano de 21 anos da Universidade John Cabot, em Roma, juntou-se à fila para prestar suas homenagens.
"Ele sempre defendeu a paz. Ele é uma das poucas pessoas que tinha empatia genuína", disse Agarwal.
Raissa Fortes, peregrina do Brasil, havia viajado originalmente para a Itália para a canonização de Acutis, mas mudou seus planos ao saber da morte do papa.
"É uma mistura de sentimentos. Estou triste, mas, ao mesmo tempo, estou feliz por estar aqui neste momento especial", disse ela.
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“Quando recebi a triste notícia sobre o papa Francisco, meu marido e eu decidimos vir mais cedo para dizer um último adeus e fazer parte deste momento com o papa Francisco", disse também a peregrina.
Courtney Mares é correspondente em Roma, Itália, pela Catholic News Agency (CNA), agência em inglês da EWTN. Formada pela Universidade de Harvard, nos EUA, ela fez reportagens em agências de notícias em três continentes e recebeu a bolsa Gardner Fellowship por seu trabalho com refugiados norte-coreanos.