Romaria da Penha reúne milhares de pessoas na madrugada de domingo nas ruas de João Pessoa 2i3i33

“Se a Senhora da Penha livrou aquele português do meio de uma tempestade e o fez chegar à terra firma são e salvo, consegue também nos livrar de todas as tempestades de nossa vida e nos colocar em terra firme, ancorados, para que construamos a nossa vida no bem, na verdade e na alegria”, disse o arcebispo da Paraíba, dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, na missa logo depois da chegada da romaria ao santuário da Penha.

Segundo a arquidiocese da Paraíba, na manhã de sábado um grande número de devotos já se reunia no santuário da Penha para fazer suas orações, levar suas velas e ex-votos. Às 17h, saiu uma carreata levando a imagem da Virgem da Penha para a igreja de Lourdes, onde foi preparada a procissão.

Às 22h, o arcebispo Manoel Delson fez o envio dos romeiros que saíram em procissão. Durante a caminhada de 14 km, muitos devotos carregaram símbolos de graças alcançadas, como réplicas de casas, carteira de trabalho.

Neste ano, a romaria teve como tema “Senhora da Penha, porque somos todos irmãos, ajudai-nos a viver a fraternidade e a amizade social”. “Amizade social” é um conceito criado pelo papa Francisco na encíclica Fratelli tutti, de 2020, sobre a fraternidade e a amizade social.

“Creio que é um grande presente nosso para Nossa Senhora termos um coração de quem ama, de quem faz transbordar o amor e a misericórdia”, disse ao site da arquidiocese o reitor do santuário da Penha, monsenhor Nereudo Freire, que foi nomeado bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE) em 8 de novembro e receberá a ordenação episcopal em 25 de janeiro de 2025. “O devoto de Nossa Senhora deixa para trás o ódio, o rancor, o espírito de vingança e violência, e constrói um mundo de paz”.

Em sua homilia, dom Manoel Delson disse que, com o tema da festa é possível aprender “duas lições”. A primeira é que “somos irmãos, filhos do Pai, temos a mesma dignidade e Deus nos convoca a construirmos a fraternidade, a família dos filhos de Deus”. “Nessa fraternidade há lugar para o diálogo, a compreensão, o amor, o perdão, o acolhimento mútuo, a preocupação com aqueles que são mais fragilizados. É essa fraternidade que está no centro do Evangelho”, disse.

Outra lição é sobre a “amizade social, porque o Senhor sempre nos orientou em seu Evangelho para termos um olhar fraterno e respeitoso para com aqueles mais fragilizados”, disse. “Uma família é assim, se tem alguém mais fraco, com algum problema, todos se preocupam com ele. Na nossa grande família dos filhos de Deus, não podemos fechar os olhos às necessidades desses irmãos e trabalharmos para que aja dignidade, para que aja justiça, para que aja mais entendimento, para que colaboremos uns com os outros num espírito de solidariedade”, acrescentou.

“Nessa Eucaristia, peçamos a Nossa Senhora da Penha que nos ajude a sermos construtores da fraternidade e da amizade social, para que o Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo aconteça entre nós”, disse o arcebispo.