Por Walter Sánchez Silva
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1 de out de 2024 às 12:08
A Santa Sé anunciou que fará uma visitação apostólica à Fraternidade Sacerdotal de São Pedro ( FSSP ), dedicada a celebrar a missa tradicional em latim em plena comunhão com a Igreja.
A declaração de ontem (30) do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica diz que ela “pediu uma visitação apostólica à Fraternidade Sacerdotal de São Pedro… a fim de aprofundar a compreensão dessa sociedade de vida apostólica de direito pontifício e oferecer o apoio mais apropriado à sua jornada de seguimento de Cristo”.
A visitação apostólica, segundo o texto assinado pelo prefeito do dicastério, dom Joăo cardeal Braz de Aviz, e pela irmã Simona Brambilla , secretária do dicastério, ocorre “no contexto do processo de acompanhamento dos Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica que foram previamente estabelecidos pela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e que o motu proprio Traditionis custodes do Papa Francisco colocou sob a jurisdição deste dicastério”.
Traditionis custodes é o motu próprio com o qual o papa Francisco restringiu a celebração da liturgia anterior à reforma desencadeada pelo Concílio Vaticano II.
Em declaração publicada pela FSSP em 26 de setembro, a instituição disse que “como o próprio prefeito desse dicastério deixou claro ao superior geral e seus assistentes durante uma reunião em Roma, essa visitação não se origina de nenhum problema da fraternidade, mas tem como objetivo permitir que o dicastério saiba quem somos, como estamos e como vivemos, para nos fornecer qualquer ajuda de que possamos precisar”.
“A última visitação apostólica ordinária da fraternidade foi realizada em 2014 pela comissão Ecclesia Dei”, diz o comunicado.
O que é a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro?
A Fraternidade Sacerdotal de São Pedro diz em seu site (em inglês) que é uma sociedade de vida apostólica de direito pontifício cujos padres “trabalham juntos para uma missão comum na Igreja Católica, sob a autoridade da Santa Sé”.
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Em seu apostolado e missão, a FSSP usa “os livros litúrgicos em vigor em 1962”, anteriores à reforma do Concílio Vaticano II, “conforme especificado em seu decreto de ereção de 1988, confirmado pelo decreto do Papa Francisco datado de 11 de fevereiro de 2022”.
Em fevereiro de 2022, o papa Francisco autorizou a FSSP a continuar a celebrar a missa tradicional em latim, mas também os mandou refletir sobre o que foi estabelecido em Traditionis custodes. A autorização foi então confirmada pelo próprio papa Francisco em março deste ano.
A casa geral da FSSP fica em Friburgo, Suíça, e tem cerca de 368 padres e 201 seminaristas.
O que é a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei?
A Pontifícia Comissão Ecclesia Dei foi criada pelo papa são João Paulo II em 1988 para dialogar com os membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada pelo arcebispo Marcel Lefebvre paara preservar a liturgia anterior ao concílio, e facilitar a plena comunhão com a Igreja para aqueles “ligados de várias maneiras à sociedade fundada pelo Arcebispo [Marcel] Lefebvre”. A fraternidade está em situação irregular desde 1988 quando Lefebvre ordenou quatro bispo contra as ordens explícitas do papa são João Paulo II.
A Santa Sé disse também que “a comissão pontifícia exerce a autoridade da Santa Sé sobre os vários institutos e comunidades religiosas por ela erigidos, que têm como rito próprio a ‘forma extraordinária’ do rito romano e preservam as tradições precedentes da vida religiosa”.
Motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco
O motu proprio Traditionis custodes do papa Francisco foi publicado em 16 de julho de 2021. O texto limita severamente a celebração da missa tradicional em latim (forma extraordinária do rito romano), também conhecida como missa tridentina, celebrada segundo o missal de 1962.
O papa Francisco revogou, assim, as disposições dadas pelo papa Bento XVI em seu motu proprio Summorum Pontificum , que em 2007 liberalizou a celebração da missa tradicional em latim.
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Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.
