O Conselho Federal de Medicina (CFM) alega em nota à imprensa que a proibição de usar cloreto de potássio em abortos tardios que emitiu “é amparada pela Constituição Federal” e “não pretende fazer oposição ao chamado aborto legal”.

A resolução “prevê o direito inviolável à vida, sem a submissão de tratamento desumano ou degradante”, diz a nota do CFM. “Mulheres que se encaixam nos critérios poderão continuar a fazer a interrupção de uma gravidez em serviços do SUS”, nos casos permitidos por lei ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), isto é, bebê gerado por estupro, risco de vida para a mãe e, por decisão do STF, bebês portadores de anencefalia.

Segundo o CFM, “a norma foi elaborada com base em estudos técnicos e científicos que comprovam que, com 22 semanas, há viabilidade de vida fora do útero”. Assim, “a interrupção da gestação implica num ato ilegal e antiético, pois sob a fachada de aborto que seria realizado é um assassinato”.