Papa encontra-se com presidiárias e artistas em Veneza 513t25
Papa Francisco em barco durante visita hoje (28) a Veneza, na Itália. | Daniel Ibañez/CNA
Por Matthew Santucci
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28 de abr de 2024 às 11:36
O papa Francisco iniciou a sua visita de um dia a Veneza na manhã de hoje (28) com um encontro com detentas, onde reafirmou a importância da fraternidade e da dignidade humana, ao dizer que a prisão pode ser um lugar de novos começos.
“Uma estadia na prisão pode marcar o início de algo novo, através da redescoberta da beleza insuspeita em nós e nos outros, simbolizada pelo evento artístico organizados por vocês e pelo projeto ao qual vocês contribuem ativamente”, disse o papa a detentas reunidas no pátio interno do Presídio Feminino da Ilha de Giudecca.
O papa Francisco deixou o Vaticano de helicóptero aproximadamente às 6h30 da manhã, chegando a Veneza por volta das 8h. A visita do papa, embora curta, tem um significado profundo, já que Francisco é o primeiro papa a visitar a exposição de arte da bienal de Veneza, que marca sua 60ª edição. Como parte da exposição, a Santa Sé instalou um pavilhão na prisão feminina chamado “Com os meus olhos”. O papa também conversou com artistas ao visitar o pavilhão da Santa Sé.
Papa Francisco em reunião hoje (28) com detentas reunidas no pátio interno do Presídio Feminino da Ilha de Giudecca. Vatican Media
Ocupando um lugar central no pátio íntimo do antigo convento do século XVI, o papa começou o seu discurso dizendo que queria que fosse pensado não como uma “visita oficial”, mas como um “encontro” centrado na “oração, na proximidade e no carinho fraternal".
“Ninguém deve tirar a dignidade das pessoas”, disse o papa Francisco a detentas, voluntários e funcionários, acompanhados pelo patriarca de Veneza, dom sco Moraglia.
Ao chamar a atenção para a “dura realidade” da prisão, o papa destacou alguns dos problemas enfrentados pelas detentas “como a superlotação, a falta de instalações e recursos, e episódios de violência, [que] causam muito sofrimento".
Mas Francisco, baseando sua mensagem na esperança e na misericórdia, implorou às mulheres que “olhem sempre para o horizonte, olhem sempre para o futuro, com esperança”.
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O papa continuou dizendo que a prisão também pode ser um lugar de “renascimento moral e material onde a dignidade das mulheres e dos homens não é ‘colocada isoladamente’, mas promovida através do respeito mútuo e do cultivo de talentos e capacidades, talvez adormecidos ou aprisionados pelas vicissitudes da vida, mas que podem ressurgir para o bem de todos e que merecem atenção e confiança”.
Papa Francisco abençoa detenta hoje (28) na Prisão Feminina da Ilha de Giudecca em Veneza, na Itália. Vatican Media
O papa Francisco sublinhou que é “fundamental” que as prisões ofereçam aos detentos “as ferramentas e o espaço para o crescimento humano, espiritual, cultural e profissional, criando as condições para a sua reintegração saudável. Não para ‘isolar a dignidade’, mas para dar novas possibilidades”.
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“Não esqueçamos que todos temos erros a perdoar e feridas a curar e que todos podemos tornar-nos os curados que trazem a cura, os perdoados que trazem o perdão, os renascidos que trazem o renascimento”, acrescentou o papa.
No final do encontro houve uma conversa alegre, quando o papa, depois de pedir às detentas que rezassem por ele, ao que responderam “Sim”. “Mas a meu favor, não contra”, brincou Francisco.
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No final do discurso, o papa apresentou um ícone da Santíssima Virgem Maria como presente aos presos, dizendo: “Maria tem ternura com todos nós, com todos nós, ela é a mãe da ternura”. Em troca, as detentas presentearam o papa com uma cesta de produtos de higiene pessoal totalmente naturais, produzidos por meio de um programa de treinamento de trabalhadores.
Depois do encontro com as detentas, o papa dirigiu-se à capela da prisão, onde conversou com os artistas, pedindo-lhes que usassem o seu ofício para imaginar um mundo baseado na fraternidade onde “nenhum ser humano seja considerado um estranho”.
“A arte tem o estatuto de ‘cidade de refúgio’. Uma cidade que desobedece ao regime de violência e discriminação para criar formas de pertença humana capazes de reconhecer, incluir, proteger e abraçar todos”, disse o papa aos artistas.
Matthew Santucci começou a trabalhar recentemente na escritório do Vaticano da EWTN. Ele cresceu no estado americano de Connecticut e mora em Roma desde 2020. É bacharel em História pela Universidade Fordham em Nova York (EUA) e mestre em Relações Internacionais pela universidade Luiss Guido Carli, em Roma, Itália.
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