A declaração do Dicastério da doutrina da Fé Fiducia supplicans: sobre o sentido pastoral das bênçãos foi aclamada por bispos da Alemanha, Áustria e Bélgica por autorizar bênçãos para uniões homossexuais e casais irregulares como os divorciados em nova união. Teve essa interpretação cautelosamente atenuada pela Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos e totalmente rechaçada pelos bispos do Malaui, por exemplo.

A confusão doutrinal em um assunto que divide clérigos há anos era previsível. Assim, o próprio documento autorizado pelo papa Francisco diz “que se pode entender a possibilidade de bendizer os casais em situações irregulares e as duplas do mesmo sexo, sem convalidar oficialmente seu status nem alterar de modo algum a doutrina perene da Igreja sobre o Matrimônio”.

Desde 1992 o simples fiel católico tem o a essa doutrina perene no Catecismo da Igreja Católica, publicado por ordem do papa são João Paulo II. A obra é “uma fonte ível para os fiéis, catequistas, sacerdotes e outros interessados em compreender a fé católica”, disse à ACI Digital o bispo-auxiliar do Rio de janeiro (RJ) dom Joel Amado, presidente da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Nele, disse dom Joel, é possível encontrar “explicações claras e concisas dos princípios e práticas fundamentais da religião”.