A Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AM) criticou a proposta do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de fazer aborto nos centros de saúde, e não apenas em hospitais. Para a associação, essa proposta “é imprudente e põe em risco a saúde da mulher”.

Desde 2007, o aborto é legalizado em Portugal até a décima semana de gestação. Recentemente, recorda a AM em nota, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) publicou “um estudo sobre o ‘o à Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) no Serviço Nacional de Saúde’” (SNS). O relatório “mostra que o número de abortos em Portugal permanece lamentavelmente elevado (15.616 em 2022), está a aumentar (mais 15% de abortos realizados nas 10 primeiras semanas de vida em 2022) e é realizado cada vez mais frequentemente fora do SNS (duplicação em dois anos da percentagem de abortos no setor privado, 12% em 2020 e 24% em 2022)”.

Em uma entrevista à RTP, o ministro Manuel Pizarro defendeu que o aborto possa ser feito nas Unidades Locais de Saúde (ULN). “Temos de mudar o modelo organizativo. Não há hoje nenhuma boa razão para que muitos centros de saúde não possam fazer consultas de interrupção voluntário da gravidez”, disse.