Para frei Clodovis Boff, o domínio da Teologia da Libertação está na raiz do declínio do catolicismo no Brasil. Boff sabe do que está falando. Até 2007, o religioso da ordem dos Servos de Maria foi um teólogo importante da Teologia da Libertação, ainda que não tão famoso quanto seu irmão Leonardo. Foi nesse ano que Clodovis publicou o artigo “Teologia da Libertação e Volta ao Fundamento”, em que acusa os teólogos da libertação de pôr o pobre no lugar de Jesus Cristo como centro.

Agora, Boff volta à carga. “É preciso que a Igreja volte a dar ênfase a Cristo também como Sacerdote, como Mestre e Senhor, e não apenas ao combate à pobreza e à crise climática”, disse no lançamento do livro A crise na Igreja Católica e a Teologia da Libertação, escrito em colaboração com o padre Leandro Rasera e lançado recentemente pela editora Ecclesiae. “São pautas importantes, mas sem beber de Cristo, que é a Fonte, tudo seca, tudo morre”.

No final dos anos 1960, quando a Teologia da Libertação começou a dominar o pensamento religioso no Brasil, o país tinha mais de 90% de católicos em sua população.