Por Almudena Martínez-Bordiú
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Vaticano, 23 de mar de 2023 às 11:15
O papa Francisco recebeu hoje (23), em audiência no Vaticano, os participantes da plenária da Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), que acontece em Roma de 22 a 24 de março. Ele pediu que trabalhem pela paz e busquem "a unidade na diversidade".
Após o encontro, Francisco felicitou o novo presidente da COMECE, dom Mariano Crociata, eleito sucessor do cardeal Jean-Claude Hollerich na tarde de quarta-feira (22).
No início do seu discurso, o papa falou dos "dois sonhos" dos pais da União Europeia: o da unidade e o da paz.
A unidade
Sobre o primeira, disse que “deve ser uma unidade que respeite e valorize as singularidades, as peculiaridades dos povos e culturas que a compõem”.
Para o papa, “a riqueza da Europa reside na convergência de diferentes fontes de pensamento e experiências históricas”.
O desafio da Europa é encontrar a “unidade na diversidade”, e disse que a tarefa da Igreja neste sentido é “formar pessoas que, lendo os sinais dos tempos, saibam interpretar o projeto europeu na história de hoje”.
A paz
O papa Francisco falou dos conflitos armados que assolam vários países e lamentou que "a guerra na Ucrânia abalou a paz europeia".
Ele também elogiou a solidariedade dos povos europeus com a Ucrânia e pediu "um compromisso coeso em favor da paz".
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Para o papa, “este desafio é muito complexo, porque os países da União Europeia estão envolvidos em várias alianças, interesses, estratégias, uma série de forças que é difícil reunir num único projeto". Ele incentivou todos a compartilhar um princípio “com clareza e determinação: a guerra não pode e não deve mais ser considerada uma solução para os conflitos”.
“Se os países da Europa hoje não compartilham desse princípio ético-político, isso significa que eles se afastaram do sonho original”, disse o papa.
Ele disse que “se, por outro lado, o compartilham, devem comprometer-se a implementá-lo, com todo o esforço e complexidade que a situação histórica exige”.
Por fim, ele disse que a COMECE “pode e deve dar a sua contribuição profissional neste desafio da paz”.
O papa definiu a COMECE como “uma ‘ponte’ entre as Igrejas na Europa e as instituições da União”, e disse que sua missão é ser "construtores de relações, encontro e diálogo".
"É preciso profecia, é preciso previsão, é preciso criatividade para promover a causa da paz". "O verdadeiro construtor da paz deve ser arquiteto e artesão. É o verdadeiro construtor da paz", concluiu o papa.
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Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.
