Vaticano, 30 de jan de 2023 às 11:08 5m2n32
“Não é a primeira vez que falo sobre homossexualidade e sobre homossexuais. E quis esclarecer que não é crime para sublinhar que toda criminalização não é boa nem justa”, disse o papa em carta em espanhol, datada de 27 de janeiro, enviada ao padre jesuíta James Martin, que dirige o "recurso católico LGBTQ" (sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer) chamado Outreach. Em entrevista à agência de notícias Associated Press (AP), na quarta-feira (25) o papa disse que homossexualidade não é crime, mas é pecado.
“Quando disse que é pecado, eu simplesmente me referia ao ensinamento da moral católica, que diz que qualquer ato sexual fora do casamento é pecado”, continuou. “Claro, também devem ser consideradas circunstâncias, que diminuem ou anulam a culpa. Como você pode ver, eu estava repetindo uma coisa geral", justificou o papa ao padre. “Eu deveria ter dito 'é um pecado, assim como qualquer ato sexual fora do casamento'. Isto, falando da 'matéria' do pecado, mas sabemos bem que a moral católica, além da matéria, valoriza a liberdade, a intenção; e isto, para todo tipo de pecado”.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz, no número 2.357: “A homossexualidade designa as relações entre homens ou mulheres, que experimentam uma atração sexual exclusiva ou predominante para pessoas do mesmo sexo. Tem-se revestido de formas muito variadas, através dos séculos e das culturas. A sua gênese psíquica continua em grande parte por explicar. Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados». São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”.