“Após longa estiagem banhada de lágrimas e preces dos romeiros e romeiras do Patriarca do Nordeste, acompanhadas de incompreensões, perseguições e calúnias, podemos enfim gritar aos quatro ventos: Deus é fiel, justo e misericordioso”, disse o bispo emérito de Crato (CE), dom Fernando Panico sobre a autorização da santa Sé para abertura do processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista, o “Padim Ciço” como é conhecido por seus iradores.

O agora servo de Deus padre Cícero morreu aos 90 anos, em 1934, suspenso da ordem sacerdotal, sob acusação de manipulação da crença popular, por causa de um caso que ainda hoje é chamado “milagre da hóstia”.

O “milagre” teria acontecido em 1889, quando uma hóstia teria sangrado na boca de Maria de Araújo, após receber a comunhão das mãos de padre Cícero. O fato teria se repetido em público outras vezes. A notícia logo se espalhou e o fato ou atrair muitas pessoas a Juazeiro. Padre Cícero foi chamado ao palácio episcopal e após investigação a igreja não aceitou o milagre, decidindo puni-lo. Em 1894, foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pela Santa Sé.