O bispo de Ondo, Nigéria, dom Jude Ayodeji Arogundade, rechaçou a ideia repetida entre autoridades europeias de que o massacre de Pentecostes, que deixou pelo menos 40 mortos dentro da igreja de São Francisco, Owo, foi causado pelas mudanças climáticas. “Gostaria de fazer um apelo àqueles que estão tentando tirar vantagem desse evento horrífico para promover alguma forma de agenda ideológica, que desistam desse tipo de oportunismo”, escreveu o bispo em resposta a uma declaração do presidente da Irlanda, Michael Higgins.

Higgins lamentou o ataque em uma declaração oficial, mas condenou “fazer de bode expiatório povos de pastores que estão entre as maiores vítimas das consequências das mudanças climáticas”.

Higgins se referia aos fulani, uma minoria muçulmana que habita em vários países da região do Sahel, ao sul do Sahara, incluindo a Nigéria, e se dedica ao pastoreio. Baseados nas imagens do massacre de Pentecostes que circularam, muitos nigerianos nas redes sociais atribuem o ataque por homens armados que invadiram a igreja na hora da missa e atiraram indiscriminadamente, a milicianos fulani. Milícias islâmicas fulani se juntaram à insurreição do grupo radical islâmico Boko Haram, iniciada em 2008, e ao Estado Islâmico, que ou a operar no Sahel, na tentativa de tornar a Nigéria, um país com cerca de 50% de cristãos, em uma república islâmica.