O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) emitiu nota eximindo-se da responsabilidade de “funções reguladoras, normativas e fiscalizatórias sobre conteúdos na internet,” porém manifestou apoio “relevante e indispensável” à ação do Ministério Público Federal de Minas Gerais “acerca do comércio e publicidade de medicamentos abortivos pela Internet” na sexta-feira, 11 de fevereiro.

Basta digitar a palavra ‘aborto’ no campo de busca do Facebook para achar dezenas de grupos privados voltados à venda de medicamentos como Cytotec, o mais usado para provocar abortos. Grupos com nomes que aludem a ‘aborto no Brasil’, ‘aborto seguro’ ou ‘gravidez indesejada’ parecem dedicados ao comparatilhamento de histórias de mulheres que abortaram, mas visam vender os medicamentos, que são proibidos no país.

Para dificultar a vigilância, os termos são quase sempre ditos em códigos e palavras como ‘dor de barriga’ e ‘vitamina’ são utilizadas em menção a ‘aborto’ e ‘remédio abortivo’, respectivamente. ‘C-y-t-o-t-e-c’, com hífen entre as letras para complicar o mapeamento automático das próprias redes.