A Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica em Portugal apresentou na segunda-feira, 10 de janeiro, sua equipe e seu plano de trabalho. A entidade irá recolher denúncias e testemunhas de vítimas de abusos entre os anos de 1950 e 2022. Para o coordenador da comissão, o psiquiatra Pedro Strech, o que está em causa a “reparação da dignidade” de cada vítima.

Embora a comissão tenha sido criada após decisão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) em novembro de 2021, Strech afirmou que a equipe trabalha com “autonomia” e conta com a confiança para “organizar e levar a bom termo” seu trabalho. As atividades da comissão seguem até o final de 2022. Serão coletados testemunhos de vítimas ou de pessoas que queiram relatar alguma situação vivida por uma criança. Serão analisados também arquivos da igreja, além da imprensa e de outras bases de dados, como de órgãos da justiça e de entidades de apoio às vítimas.

O ex-ministro da Justiça de Portugal e membro da comissão, Álvaro Laborinho Lúcio, afirmou que a equipe fará uma distinção entre testemunhas e denúncias. “Tudo o que for uma denúncia, uma revelação da prática de um crime que ainda está dentro do respectivo prazo de investigação, vamos imediatamente enviá-la para as instâncias competentes. Já estabelecemos uma relação direta com a Procuradoria-Geral da República e também com a Polícia Judiciária”, afirmou.