Por Miguel Pérez Pichel
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Vaticano, 7 de nov de 2021 às 09:15
O papa Francisco pediu à comunidade cristã que tenha cuidado com os hipócritas, que estejam atentos para "não basear a vida no culto da aparência". Este pedido foi feito durante a oração do Ângelus deste domingo, 7 de novembro, na praça de São Pedro, no Vaticano, onde comentou o episódio evangélico do dia.
No Evangelho, é narrado quando, no Templo de Jerusalém, Jesus observa “como os escribas gostam de caminhar para ser notados, saudados e reverenciados e ter lugares de honra. E Jesus acrescenta que 'devoram a propriedade das viúvas e rezam ostensivamente para serem notados'”.
Ao mesmo tempo, Jesus contempla outra cena: "Uma pobre viúva, precisamente uma daquelas exploradas pelos poderosos, coloca no tesouro do Templo tudo o que tinha para viver".
“O Evangelho nos coloca diante desse contraste gritante”, disse o papa. "O rico, que dá o que é supérfluo para ser visto, e a pobre mulher que, sem aparecer, oferece todo o pouco que tem”.
O papa destacou o verbo "guardar", porque Jesus olha "aqueles que vivem a fé com duplicidade, como aqueles escribas. “Devemos guardar para não nos tornarmos como eles; mas devemos olhar para a viúva para tomá-la como modelo”.
O papa insistiu em "guardar-se dos hipócritas e olhar para a pobre viúva". Antes de tudo, “guardar-se dos hipócritas, isto é, estar atentos para não basear a vida no culto da aparência, da exterioridade, no cuidado exagerado da própria imagem. E, sobretudo, estar atentos para não submeter a fé aos nossos interesses”.
“Esses escribas cobriam, com o nome de Deus, a própria vanglória e, pior ainda, usavam a religião para istrar seus negócios, abusando de sua autoridade e explorando os pobres. É uma advertência para todos os tempos e para todos, Igreja e sociedade: nunca tirar proveito da própria posição para pisar sobre os outros, nunca ganhar à custa dos mais fracos”, disse.
“E vigiai, para não cair na vaidade, para que não aconteça de nos fixarmos nas aparências, perdendo a substância e vivendo na superficialidade”, pediu o papa e alertou: “Vigiemos as falsidades do coração, a hipocrisia, que é uma doença perigosa da alma”.
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Para se curar dessa “doença”, “Jesus nos convida a olhar para a pobre viúva. O Senhor denuncia a exploração desta mulher que, para fazer a oferta, deve voltar para casa privada até mesmo do pouco que tem para viver. Como é importante libertar o sagrado dos laços com o dinheiro”.
Mas, ao mesmo tempo, “Jesus elogia o fato de que essa viúva coloca tudo o que tem no tesouro. Ela fica sem nada, mas em Deus encontra o seu tudo. Ela não teme perder o pouco que tem, porque tem confiança no muito de Deus, e este muito de Deus multiplica a alegria de quem dá”.
Assim, “Jesus propõe como mestra de fé esta senhora: não vai ao Templo para colocar em dia a consciência, não reza para ser vista, não ostenta a sua fé, mas dá com o coração, com generosidade e gratuidade".
As moedas da viúva "têm um som mais bonito do que as grandes ofertas dos ricos, porque expressam uma vida dedicada a Deus com sinceridade, uma fé que não vive de aparências, mas da confiança incondicional. Aprendamos com ela: uma fé sem ornamentos externos, mas sincera por dentro; uma fé feita de amor humilde a Deus e aos irmãos”, concluiu o papa Francisco.
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