Por David Ramos
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REDAÇÃO CENTRAL, 19 de ago de 2021 às 15:49
A conferencista católica e ativista pró-vida Lianna Rebolledo disse que só Deus pode consolar a dor da morte de um ente querido. Lianna foi sequestrada quando tinha apenas 12 anos. Ela foi estuprada pelos sequestradores e ficou grávida. Ao invés de abortar, Lianna teve sua filha Jeanette. Em 2018, Jeanette morreu, aos 28 anos, lutando contra uma neurofibromatose tipo 2, doença congênita e incurável.
Lianna, que dedicou sua vida à assistência de mulheres que sofrem violência e abuso, afirmou que “frente à morte de um ente querido, a palavra ´superar` não é apropriada. Porque superar significa enfrentar algo que pode ter solução. Mas diante da morte, a dor não pode ser superada”.
A palestrante católica explicou que, durante o luto, as pessoas podem “entrar em um estado de depressão, um estado de tristeza, um estado onde também há uma negação e uma raiva, porque é algo que você não pode entender”.
“Mas pouco a pouco irá chegando a paz, a resignação, mas não a superação”, disse, pois “definitivamente, superar é algo impossível”.
“Na realidade, é preciso aprender a conviver com a dor, através de uma vida nova e diferente, aprender a viver na ausência da pessoa que mais amamos”, disse ela.
Para Lianna, a “dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”.
“É preciso encontrar um sentido para a morte”, disse, e explicou que “não se trata de encontrar um sentido para a perda. Trata-se de encontrar um sentido para a sua vida e para a nova vida que agora você terá que enfrentar, aprender a viver com a ausência, encontrar um ´para que eu continuo aqui?`”.
Só Deus “nos confortará no luto”.
“Eu achei que não poderia sobreviver com a ausência da minha filha. No entanto, eu ainda estou aqui. A gente percebe que as orações fazem uma diferença grande na vida dos outros e através da graça de Deus é que a gente pode enfrentar a dor”, disse.
“E temos que decidir o que aprender dessa dor: ou me transforma em uma pessoa melhor e trato de adaptar-me à nova circunstância, à minha nova forma de vida; ou me amarguro”.
Considerando o importante drama pessoal da morte de um ente querido, Lianna falou da importância de reconhecer que “o amor de Jesus Cristo é o que vai nos levantar, o que vai nos confortar no luto, somente Ele”.
“Somente Maria Santíssima, que viu seu filho ser crucificado, vai nos entender”, acrescentou.
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“Eu me apego a Deus porque sei que, quanto mais eu estiver perto de Deus, mais perto estarei da minha filha. E me aproximo mais da Virgem, porque tenho certeza de que ela tem a minha criaça com ela”, afirmou.
Lianna também falou sobre a necessidade de “viver a dor da perda quanto tempo for necessário. Dizem que o tempo ajuda. Mas não ajuda. (O que ajuda) é o que fazemos com o nosso tempo para ir em frente e reconhecer a fragilidade da vida”.
A especialista em aconselhamento também falou da importância de receber ajuda psicológica e de participar em “grupos de acompanhamento”.
Sobre como ajudar as pessoas que am pela dor da perda de um ente querido, Lianna afirmou que “o mais importante é lembrar que a única pessoa que pode consolar um coração partido é Cristo”.
“Não há nenhuma palavra que possa consolar uma pessoa que está experimentando o pior momento de sua vida”, explicou.
“O mais importante é a prudência”, disse ela. Pois “muitas vezes a pessoa está tão afetada que nem sequer vai querer ser tocada e teremos que pedir-lhes até permissão: ´posso abraçar você?`”.
“E dizer-lhes, apenas, que estou aqui para o que você precisar. Muitas vezes, o que a pessoa necessita é simplesmente desabafar, ventilar, expressar todas as suas emoções, poder desabafar e chorar”, afirmou.
Para mais informações sobre o trabalho da Lianna Rebolledo, você pode ar sua página oficial no Facebook, seu perfil no Twitter ou no Instagram.
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David Ramos é editor-chefe da ACI Prensa. Cobriu as viagens do papa Francisco para o Equador, Paraguai, México, Colômbia, Chile e Peru.