“A propriedade privada é um direito secundário", dependente do "direito primário, que é o destino universal dos bens", disse o papa Francisco em mensagem enviada à Organização Internacional do Trabalho, da ONU, na quinta-feira, 17 de junho. A OIT, órgão da Organização das Nações Unidas, está fazendo sua reunião anual.

Em uma fala de quase 30 minutos, o papa disse que é necessária "uma profunda reforma da economia". Citando sua própria encíclica Fratelli Tutti, Francisco disse que "junto com o direito da propriedade privada, existe o direito prioritário e precedente da subordinação de toda propriedade privada ao destino universal dos bens da terra e, portanto, o direito de todos ao seu uso".

O papa ecoa o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, promulgado por João Paulo II em 2004: “a tradição cristã nunca reconheceu o direito à propriedade privada como absoluto e intocável”. O número 177 do Compêndio diz que a Igreja “sempre o entendeu no contexto mais vasto do direito comum de todos a utilizarem os bens da criação inteira”.