BRASILIA, 17 de jun de 2021 às 15:44 n34g
A Pastoral Carcerária iniciou coleta de s para uma carta aberta que rejeita a proposta do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) de substituir as visitas religiosas aos cárceres por “sistemas fechados de áudio na forma de rádios ecumênicas”. Com essa medida, diz o órgão do governo, “inexistiria a necessidade da entrada dos líderes religiosos nas áreas internas dos estabelecimentos, como ocorre hoje”. A pastoral afirma que essa substituição “ataca a existência e a missão de qualquer religião no interior dos presídios”, pois a presença física dos representantes religiosos “é fundamental para a efetivação dos dogmas estabelecidos em seus livros e rituais sagrados”.
A iniciativa da Pastoral Carcerária foi apresentada na quarta-feira, 16, durante a reunião do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A proposta do Depen foi feita em forma de consulta no dia 16 de abril.
Já no dia 4 de maio, a Pastoral Carcerária enviou um ofício ao Depen, assinado por seu bispo referencial, dom Henrique Aparecido de Lima, e pela coordenadora nacional, irmã Petra Silvia Pfaller, se opondo à proposta. O ofício cita o papa Francisco, que “diz claramente que a Igreja Católica – e seus cristãos e cristãs – são uma ‘Igreja em saída’, isso é, uma comunidade de discípulos missionários”, que “se envolvem, que acompanham, que frutificam e que festejam”. “Há, portanto, manifesta violência contra a evangelização católica nos presídios brasileiros”.