Após os violentos ataques de extremistas islâmicos na província de Cabo Delgado, Moçambique, a missionária portuguesa Ir. Mónica da Rocha compara os relatos que ouviu dos deslocados a um roteiro de “filme de terror”. Os terroristas têm sido particularmente cruéis com os cristãos relata a irmã, que ouviu dos deslocados sobre os jihadistas ateando fogo em pessoas vivas e decapitando jovens e crianças.

Em seu ataque mais recente, rebeldes armados invadiram a vila de Palma, na Província de Cabo Delgado, no dia 24 de março. O Departamento de Estado dos EUA apontou como autor dos atentados o grupo jihadista, Al-Shabaab. Entretanto, na segunda-feira, através da agência de notícias Amaq, o Estado Islâmico (Daesh) assumiu a autoria dos ataques, afirmando ainda que seus integrantes assumiram o controle da cidade.

O saldo da violência, até o momento, é de 55 mortos e mais de 700 mil deslocados. A comunidade cristã de Cabo Delgado foi particularmente atingida pela brutalidade dos terroristas. Mais de 50 cristãos, incluindo jovens e crianças, foram decapitados em Cabo Delgado em novembro de 2020 e dezenas de edifícios da Igreja Católica têm sido palco de violência e assassinatos de cristãos que se recusam a abdicar da fé ou unir-se aos jihadistas.