No dia 15 de março, após análise do Tribunal Constitucional que reprovou artigos da Lei da Eutanásia, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vetou a proposta e a mandou de volta ao parlamento português para a alegria dos bispos católicos e defensores da vida. Entretanto, uma especialista em bioética da Universidade Católica Portuguesa (U) teme que este júbilo pode durar pouco, já que houve uma inconsistência no parecer do Tribunal que pode dar as pistas para que os defensores da Eutanásia tornem a proposta imbatível em sua próxima redação.

Ana Sofia Carvalho, do Instituto de Bioética da Universidade Católica, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida concedeu uma recente entrevista conjunta à Rádio Renascença e à Agência ECCLESIA, do episcopado português, na qual destaca que a decisão do TC não considerou que, “enquanto conceito”, a proposta seja inconstitucional, falhando assim na estratégia de blindar a vida contra a lei que propunha, a aprovação do suicídio assistido.

Perguntada se o veto presidencial e a decisão do Tribunal Constitucional (TC) eram uma vitória para a vida em seu país, Ana Sofia Carvalho afirmou: “Uma vitória não é, certamente, e isso é muito claro nas 90 páginas do documento”.