Vaticano, 17 de nov de 2020 às 06:00
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Pe. Hans Zollner, membro da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores (PM), assinalou que a publicação dos relatórios sobre os abusos cometidos pelo ex-cardeal McCarrick e na Igreja no Reino Unido "são um o adiante" para alcançar a transparência e prestação de contas e responsabilidades.
Em 10 de novembro, foi apresentado no Vaticano o relatório sobre o ex-cardeal Theodore McCarrick, expulso do sacerdócio em 2019 depois que se comprovou que durante décadas cometeu abusos sexuais contra menores e jovens adultos nos Estados Unidos.
Nesse mesmo dia, também foi lançado o relatório da Investigação Independente sobre Abuso Sexual Infantil (IICSA, na sigla em inglês) por membros do clero da Inglaterra e País de Gales entre 1970 e 2015.
Entrevistado por EWTN News Nightly, Pe. Zollner comentou que, diante de ambos os relatórios, o que há é “uma leitura triste na qual é muito difícil enfrentar tudo o que foi feito de errado durante décadas”. No entanto, garantiu que “também há uma leitura que me dá esperança, porque algo assim não era possível há três anos”.
“Demos um o adiante no sentido da transparência e um grande o adiante em analisar a responsabilidade e a prestação de contas”, disse o sacerdote jesuíta, que também é presidente do Centro para a Proteção de Menores da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
“Acho que pelo menos a mudança vai ser ajudada por nós. Certamente discutiremos este relatório em profundidade, em várias instâncias. Tenho certeza de que vai influenciar o que a Igreja pensa sobre o processo de seleção de candidatos a bispos. Acho que, sem dúvida, vai ter um impacto, nas linhas de comando, de direção, e o que se chama de princípio da prestação de contas, para que saibamos, a partir de agora, que aquelas pessoas que não fazem o que devem fazer em algum momento, deverão responder por isso”, assegurou o especialista do Vaticano.
Na entrevista, Pe. Zollner também expressou palavras de encorajamento aos fiéis que estão incomodados e indignados com os resultados dos relatórios. “Estou com eles, com certeza. O que aconteceu é indignante", comentou.
O sacerdote explicou que o que foi investigado e continua sendo é “tudo o que foi feito mal” durante um “período de 50 anos”.
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“Quero dizer, o problema é que olhamos para isso como se tivesse acontecido hoje, porque veio à tona nos últimos anos. Quando surgiram as acusações contra o Sr. McCarrick, de que havia inclusive abusado de menores, e tudo o que foi escondido debaixo do tapete a respeito do abuso de jovens seminaristas ou sacerdotes não foi levado a sério. Assim, percebemos que algo aconteceu há 30 ou 40 anos, mas só agora temos consciência ou percebemos a dimensão desses crimes e transgressões”, explicou.
Pe. Zollner reconheceu que, “por um lado, temos razão para ficar chateados e tristes”, mas o paradoxo disso é que desde que tudo saiu à luz podemos compartilhar um pouco da verdade, podemos olhar aos olhos da verdade, inclusive quando esta é difícil, e este é o primeiro e maior o adiante para fazer a limpeza”.
“Este é um primeiro o para uma maior transparência e responsabilidade. E, para mim, é um grande o no caminho da esperança”, concluiu o sacerdote.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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