Papa pede que os jovens imitem Madre Teresa para ser artesãos de sonhos e esperança 1z3346

 "Pensem em Madre Teresa! Quando morava aqui, não podia imaginar como haveria de ser a sua vida, mas não parou de sonhar e de esforçar-se por descobrir sempre o rosto de seu grande amor, Jesus, em todos aqueles que estavam na beira do caminho. Ela sonhava grande e, por isso também amou muito", disse o Papa.

Assim, o Santo Padre assegurou que cada um, "como Madre Teresa, é chamado a trabalhar com as próprias mãos, a levar a vida a sério, para fazer algo bonito com ela".

Não permitamos que nossos sonhos sejam roubados

Além disso, Francisco se deteve pensando que faltava uma página no discurso, mas depois continuou explicando que o texto estava mal numerado.

O Papa ressaltou que "sonhar nunca é demais" e acrescentou que "um dos principais problemas de hoje e de muitos jovens é terem perdido a capacidade de sonhar. Nem muito nem pouco; simplesmente não sonham! E, quando uma pessoa não sonha, quando um jovem não sonha, o respectivo espaço é ocupado pela lamentação e pela resignação".

Por esta razão, o Papa exclamou: "Não permitamos que nossos sonhos sejam roubados, não percamos a novidade que o Senhor quer dar-nos. Encontrarão muitos imprevistos, muitos ... mas é importante enfrentá-los e buscar com criatividade transformá-los em uma oportunidade. Nunca sozinhos, ninguém pode lutar sozinho", afirmou.

"Eis aí um ótimo segredo para sonhar e fazer da nossa vida uma bela aventura. Ninguém pode enfrentar a vida isoladamente, não se pode viver a fé, os sonhos sem comunidade, apenas no próprio coração ou em casa, fechado ou isolado entre quatro paredes, precisamos de uma comunidade que nos sustente, que nos ajude e na qual nos ajudemos uns aos outros a olhar para frente", explicou o Papa.

Nesse sentido, o Santo Padre ressaltou a importância de sonhar juntos, "todos unidos, sem barreiras", e pediu: "Por favor, sonhem juntos, não sozinhos; com os outros, nunca contra os outros. Sozinho, corres o risco de ter miragens, vendo aquilo que não existe; é juntos que se constroem os sonhos".

"E quando os sonhos ficarem pequenos e o coração pareça querer se apagar, procurem uma comunidade, deem-se as mãos e lembrem-se de que há Alguém que os quer vivos", destacou.

Desta maneira, o Pontífice lembrou as palavras de Liridona – uma das jovens que deu seu testemunho – para destacar a importância de "dar esperança a um mundo cansado, junto com os demais, cristãos e muçulmanos. Sem dúvida, um sonho muito belo", disse.

"Vocês jovens, gostam de aventuras. E me alegra que seja assim, porque é a maneira mais linda de ser jovem: viver uma aventura, uma boa aventura. O jovem não tem medo de fazer de sua vida uma boa aventura". E perguntou-lhes: "Que aventura requer mais valor do que este sonho que Liridona nos compartilhou: o de dar esperança a um mundo cansado?”, assinalou o Papa.

Por isso, Francisco advertiu que "o mundo está cansado, o mundo está dividido e parece que é rentável dividi-lo e nos dividir ainda mais; com quanta força podem ressoar as palavras do Senhor: ‘Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus’. Que adrenalina é maior do que trabalhar todos os dias, com dedicação, em ser artesãos dos sonhos, artesãos da esperança?", refletiu.

"Os sonhos nos ajudam a manter viva a certeza de saber que outro mundo é possível e que somos convidados a nos envolver e fazer parte dele com nosso trabalho, com nosso compromisso e ação", explicou.

Neste sentido, o Papa sublinhou que na Macedônia do Norte "há uma bela tradição, a dos escultores artesãos, hábeis em talhar e trabalhar a pedra", por isso, afirmou que "é preciso ser como esses artistas e converter-nos em bons escultores dos próprios sonhos. Um escultor toma a pedra em suas mãos e lentamente começa a moldá-la e transformá-la, com dedicação e esforço e, acima de tudo, com muito desejo de ver como essa pedra, pela qual ninguém daria nada, se torna uma bela obra de arte".

"Os sonhos mais belos conquistam-se com esperança, paciência e determinação, renunciando às pressas", assinalou o Papa, recordando que “não podemos parar por causa da insegurança, não podemos ter medo de apostar e de cometer erros”. Pelo contrário, “sim temos que ter medo de viver paralisados, como mortos na vida, convertidos em seres que não vivem porque não querem arriscar, porque não perseveram em seus empenhos ou porque tem medo de errar”. “Não tenham medo de tornar-se artesãos de sonhos e esperança”, encorajou.

Por outro lado, o Santo Padre contou qual foi a melhor lição de sua vida. "Nos anos que eu tenho – e não são poucos – sabem qual foi a melhor lição que eu já vi e conheci durante toda a minha vida? O face a face. Entramos na era das conexões, mas pouco sabemos de comunicações. Muito conectados e pouco envolvidos uns com os outros. Porque se envolver exige vida, exige estar e compartilhar momentos bons... e não tão bons", advertiu.

Após o discurso do Papa, uma jovem convidou a rezar juntos a oração de Madre Teresa: "Precisais das minhas mãos, Senhor?", para que estas certezas fiquem gravadas e possam ser vividas em sua vida:  

"Precisais das minhas mãos, Senhor, para ajudar hoje os doentes e os pobres que delas necessitam? Senhor, hoje ofereço-Vos as minhas mãos. Precisais dos meus pés, Senhor, para que me levem hoje àqueles que necessitam dum amigo? Senhor, hoje ofereço-Vos os meus pés. Precisais da minha voz, Senhor, para que eu hoje fale a todos aqueles que necessitam da vossa palavra de amor? Senhor, hoje ofereço-Vos a minha voz. Precisais do meu coração, Senhor, para que eu ame a quem quer que seja sem exceção alguma? Senhor, hoje ofereço-Vos o meu coração".

Confira também:

Discurso do Papa Francisco em encontro inter-religioso com jovens da Macedônia do Norte https://t.co/ETg24RyZLh

— ACI Digital (@acidigital) May 7, 2019