Por Walter Sánchez Silva
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REDAÇÃO CENTRAL, 10 de fev de 2018 às 05:00
Em muitos lugares do mundo existe um saboroso doce preparado com um bolo, algum tipo de recheio, que é servido enrolado. É conhecido como “pionono” e poucos sabem que nasceu como uma homenagem ao Beato Papa Pio IX.
Pio IX, Pio Nono – de onde vem o nome do doce –, foi Papa durante mais de 31 anos, o segundo pontificado mais longo da história, depois de São Pedro.
Nasceu em setembro de 1792, em Senigallia (Itália). Foi ordenado sacerdote em 10 de abril de 1819 e designado Arcebispo de Spoleto muito jovem, aos 35 anos. Morreu em 7 de fevereiro de 1878.
Giovanni Maria Mastai Ferreti, o Beato Papa Pio IX, é recordado especialmente por ter proclamado o dogma da Imaculada Concepção da Virgem Maria, em 8 de dezembro de 1854.
Pio IX e um grupo de fiéis. Foto: Wikipédia, domínio público
A história do pionono remonta a 1897, na cidade de Santa Fe, em Granada (Espanha). Ceferino Isla González, fundador das ‘Pastelarías Casa Isla’, era também muito devoto da Mãe de Deus e queria fazer uma homenagem ao Pontífice por ter proclamado o dogma mariano.
O site de ‘Pastelerías Casa Isla’ recorda que “este não era outro a não ser Pio IX (Pio Nono);o último Papa Rei, o Papa sob cujo pontificado os Estados Pontifícios aram a fazer parte da nova Itália que surgia com a reunificação”, que com o tempo foram se reduzindo até a atual Cidade do Vaticano.
“Neste contexto, Ceferino amadureceu a ideia de criar um novo bolo que não só levasse o nome do Papa, mas que recordasse a figura papal: aspecto cilíndrico e um pouco rechonchudo (bolo umedecido enrolado sobre si mesmo), revestido como o Papa com uma batina branca (cestinha de papel em cujo interior se deposita o bolo umedecido) e topo de creme açucarado e tostado sobreposta ao cilindro de bolo, que quer simbolizar o solidéu com o qual o Papa cobre a cabeça”.
O pionono de ‘Pastelería Casa Isla. Foto: Pastelería Casa Isla
Embora alguns afirmem que o doce já era feito antes na Espanha, é a homenagem de Ceferino Isla González a que melhor precisa e descreve sua origem.
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Com o tempo, este doce se popularizou, foi modificado e agora é feito em diversas partes do mundo com vários recheios.
Pio IX foi beatificado por São João Paulo II em 3 de setembro de 2000.
Naquela cerimônia, também foram beatificados o agora São João XXIII e o sacerdote Guillermo José Chaminade, fundador dos marianistas.
Sobre Pio IX, São João Paulo II disse que, “perante os acontecimentos turbulentos do seu tempo, ele foi exemplo de incondicionada adesão ao depósito imutável das verdades reveladas. Fiel em qualquer circunstância aos empenhos do seu ministério, soube dar sempre a primazia absoluta a Deus e aos valores espirituais”
Pio IX. Foto: Wikipédia, domínio público
“O seu longuíssimo pontificado não foi deveras fácil e teve que sofrer muito no cumprimento da sua missão ao serviço do Evangelho. Foi muito amado, mas também muito odiado e caluniado”.
São João Paulo II recordou também que Pio IX, o Papa número 255 da Igreja Católica, “convocou o Concílio Ecuménico Vaticano I, o qual esclareceu com magisterial autoridade algumas questões que naquele tempo eram debatidas, confirmando a harmonia entre fé e razão”.
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“Nos momentos de provações, Pio IX encontrou apoio em Maria, da qual era muito devoto. Ao proclamar o dogma da Imaculada Conceição, recordou a todos que nas tempestades da existência humana brilha na Virgem a luz de Cristo, mais forte que o pecado e a morte”, concluiu.
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Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.
