O Papa Francisco presidiu na manhã de hoje a Missa do Crisma na Basílica de São Pedro, na qual consagrou os óleos que serão utilizados durante todo o ano para os distintos sacramentos nas paróquias de Roma.

Confira a seguir a sua homilia na íntegra:

Na sinagoga de Nazaré, ao escutarem dos lábios de Jesus – depois que Ele leu o trecho de Isaías – as palavras «cumpriu-se hoje mesmo este o da Escritura que acabais de ouvir» (Lc 4, 21), poderia muito bem ter irrompido uma salva de palmas; em seguida, com íntima alegria, teriam podido chorar suavemente como chorava o povo quando Neemias e o sacerdote Esdras liam o livro da Lei, que tinham encontrado ao reconstruir as muralhas. Mas os Evangelhos dizem-nos que os sentimentos surgidos nos conterrâneos de Jesus situavam-se no lado oposto: afastaram-No e fecharam-Lhe o coração. Ao princípio, «todos davam testemunho em seu favor e se iravam com as palavras repletas de graça que saíam da sua boca» (Lc 4, 22); mas depois uma pergunta insidiosa começou a circular entre eles: «Não é este o filho de José, o carpinteiro? » E, por fim, «encheram-se de furor» (Lc 4, 28); queriam precipitá-Lo do cimo do penhasco... Cumpria-se assim aquilo que o velho Simeão profetizara a Nossa Senhora: será «sinal de contradição» (Lc 2, 34). Com as suas palavras e os seus gestos, Jesus faz com que se revele aquilo que cada homem e mulher traz no coração.