Por Eduardo Berdejo
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VATICANO, 29 de jan de 2016 às 14:00
Durante a Missa matutina celebrada hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco convidou os fiéis a pedir ao Senhor a graça de nos salvar da corrupção, porque quem é “um corrupto” acredita que “não tem necessidade de pedir perdão” a Deus.
“Pecadores sim, Senhor, somos todos, mas corruptos jamais!”, expressou o Santo Padre, que, como em outras ocasiões, aproveitou para chamar a atenção a respeito da tentação de cair na corrupção.
Hoje, o Pontífice narrou a história bíblica de Davi e Betsabé, sublinhando que o demônio induz os corruptos a não sentir – como os outros pecadores – a necessidade do perdão de Deus.
Francisco indicou que a pessoa pode pecar de tantas maneiras e por tudo se pode pedir sinceramente perdão a Deus e saber que sem dúvidas, o perdão será obtido. O problema nasce com os corruptos. O pior do corrupto – reafirmou o Papa – é que acha que “não precisa pedir perdão”, porque lhe é suficiente o poder no qual se sustenta a sua corrupção.
O Santo Padre sublinhou: “Este é o comportamento que o rei Davi assume quando se apaixona por Betsabé, esposa do oficial Uria, que está combatendo longe”. O Papa ilustrou, citando alguns trechos do episódio narrado na Bíblia. “Depois de seduzir a mulher e saber que está grávida, Davi arquiteta um plano para encobrir o adultério. Manda chamar Uria e lhe propõe ir descansar em casa. Homem leal, Uria não aceita ir enquanto seus homens morrem na batalha. Então, Davi tenta de novo, levando-o à embriaguez, mas nem isso funciona”.
“Isto colocou Davi em dificuldade, mas Uria disse: ‘Não, não posso...’ E escreveu uma carta, como ouvimos: ‘Façam Uria ser capitão, coloquem-no à frente da batalha mais difícil e depois, retirem-se, para que seja atingido e morra’. Uma condenação à morte. Este homem, fiel – fiel à lei, fiel a seu povo, fiel a seu rei – recebeu uma sentença de morte”, explicou.
“Davi é santo, mas também pecador”. Cede à luxuria, mas, apesar disso, considerou Francisco, Deus “gostava tanto” dele. Mesmo assim, observa, “o grande, o nobre Davi” se sente tão “seguro – ‘porque o reino era forte’ – que, depois de cometer adultério, move todas as alavancas à sua disposição para ajeitar as coisas, também de um modo mentiroso, até conspirar e ordenar o assassinato de um homem leal, fazendo-o ar por um infortúnio de guerra”.
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Nesse sentido, Francisco indicou: “Este é um momento na vida de Davi que nos faz ver um momento pelo qual todos nós podemos ar em nossa vida: é a agem do pecado à corrupção. Aqui, Davi começa, dá o primeiro o em direção à corrupção. Detém o poder e a força. E, por isso, a corrupção é um pecado mais fácil para todos nós que temos um poder qualquer, seja poder eclesiástico, religioso, econômico, político... Porque o diabo nos faz sentir seguros: ‘Eu posso’”.
A corrupção arruinou o coração daquele “rapaz corajoso” que havia enfrentado o filisteu com uma atiradeira e cinco pedras. “Hoje gostaria de destacar somente isso”, concluiu Francisco: há “um momento em que a rotina do pecado, um momento em que a nossa situação é tão segura e somos bem vistos e temos tanto poder” que o pecado deixa “de ser pecado” e a a ser “corrupção”. E “uma das piores coisas que há na corrupção é que o corrupto não sente necessidade de pedir perdão”, acrescentou.
“Façamos hoje uma oração pela Igreja, começando por nós, pelo Papa, pelos bispos, pelos sacerdotes, pelos consagrados, pelos fiéis leigos: ‘Mas, Senhor, salvai-nos, salvai-nos da corrupção. Pecadores sim, Senhor, somos todos, mas corrompidos, jamais’. Peçamos esta graça”, exortou o Papa.
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Eduardo Berdejo es egresado de la Universidad Nacional Mayor de San Marcos (Perú). Forma parte del equipo de ACI Prensa desde el 2001.
