O Papa Francisco dirigiu ontem seu tradicional discurso ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, através do qual exortou a não ver as guerras e as situações de pobreza como “normais”, pois são fruto da cultura do descarte que vai contra os mais débeis, como os não nascidos, os idosos e os migrantes.

Em um longo discurso, centrado principalmente na emergência migratória do Oriente Médio para a Europa, o Santo Padre advertiu: “Um espírito individualista é terreno fértil para medrar aquele sentido de indiferença para com o próximo, que leva a tratá-lo como mero objeto de comércio, que impele a ignorar a humanidade dos outros e acaba por tornar as pessoas medrosas e cínicas”.

“Acaso não são estes os sentimentos que muitas vezes nos assaltam à vista dos pobres, dos marginalizados, dos últimos da sociedade? E são tantos os últimos na nossa sociedade! Entre eles, penso sobretudo nos migrantes, com o peso de dificuldades e tribulações que enfrentam diariamente à procura, por vezes desesperada, de um lugar onde viver em paz e com dignidade”, assinalou Francisco.