Rio de Janeiro, 30 de mar de 2015 às 22:20 5n5i6b
“A inquisição é um tema normalmente utilizado nas aulas de história para denegrir a imagem da Igreja Católica”, afirmou o padre João Paulo Dantas, que é doutor em Teologia. Segundo ele, existem vários fatos que não são levados em conta na apresentação desse tema, principalmente, no meio acadêmico. Contrariando a tendência de criar uma lenda negra sobre a Igreja da época da Inquisição, sobretudo a sua versão espanhola, O perito brasileiro destaca a necessidade de tomar em conta o contexto histórico e político para distinguir com clareza as esferas da ação religiosa e da ação do poder civil durante o processo da inquisição”.
Em entrevista exclusiva a ACI Digital, o Pe. Dantas explicou que a inquisição dentro da Igreja nasceu no século XIII com o Papa Gregório IX, com o objetivo de limitar os danos causados pelos hereges na França. Eles atacavam lugarejos e cidades, incitavam a violência, a desordem social, a depredação, o desrespeito às autoridades civis e eclesiásticas e o suicídio em massa.
“Esse fato provocou a reação da população não herética, a violência se deflagrou e o poder civil precisou intervir de forma muitas vezes drástica. Os tribunais foram sendo criados pelo poder civil com a ajuda dos clérigos locais, mas esses tribunais se revelaram pouco atentos aos direitos dos réus, às questões das provas e muito suscetíveis às pressões das populações que se sentiam inseguras com a presença massiva dos grupos de hereges”, afirmou.