Jan 21, 2025 / 10:18 am
O Sodalício de Vida Cristã (SCV, na sigla em latim) confirmou ontem (20) que o papa Francisco decidiu dissolver a sociedade de vida apostólica, sem dar mais detalhes sobre como o processo será feito.
O SCV divulgou um comunicado que o portal Infovaticana publicou uma notícia no último sábado (18), segundo a qual o cardeal jesuíta Gianfranco Ghirlanda, patrono da Soberana Ordem Militar de Malta, anunciou a dissolução do Sodalício aos membros reunidos em assembleia geral feita em Aparecida (SP).
A assembleia geral começou em 6 de janeiro e será concluída em 31 de janeiro, com a participação do cardeal Ghirlanda como consultor para o processo de revisão das Constituições do Sodalício e delegado para a formação, tarefa que lhe foi confiada pela Santa Sé em 2019.
“No dia 18 de janeiro deste ano, o site Infovaticana publicou a notícia de que o Santo Padre havia dissolvido a nossa sociedade de vida apostólica. A informação central sobre o ocorrido era verdadeira, mas continha várias imprecisões”, disse o SCV em comunicado divulgado ontem (20).
No texto, o Sodalício não diz quais são as imprecisões, mas que o vazamento para a imprensa dessa informação “reservada” não partiu do cardeal Ghirlanda, mas de dois sodálites que violaram “as reservas do caso” e foram expulsos da assembleia.
“A Assembleia só reconhece como suas as notícias provenientes das suas comunicações oficiais, portanto, a Assembleia distancia-se de quaisquer outras notícias que tenham chegado ou venham da imprensa relacionada com a assembleia, com o Sodalício, com o Santo Padre, em que confiamos e a quem obedecemos, com o Mons. Jordi Bertomeu Farnós e com o Card. Gianfranco Ghirlanda, SJ”, diz também o SCV.
Segundo o portal Infovaticana, o decreto de dissolução “refere-se à imoralidade do fundador, Luis Fernando Figari, como indício da inexistência de um carisma fundador e, portanto, da falta de legitimidade eclesial para a permanência da instituição”.
Figari foi expulso da SCV pelo papa Francisco em agosto do ano ado. Em fevereiro de 2017, a Santa Sé proibiu Figari de voltar ao Peru e de ter contato com qualquer membro da sociedade de vida apostólica depois de ter sido comprovado que ele cometeu abusos sexuais e de poder.
Segundo o portal, a Santa Sé teria nomeado monsenhor Jordi Bertomeu, oficial do dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé, comissário responsável pelo processo de dissolução. O padre espanhol fez parte da missão especial que o papa enviou ao Peru em julho de 2023 para investigar acusações contra membros do Sodalício.
O SCV foi fundado em Lima, Peru, em 1971 e atualmente está presente também na Itália, EUA, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e Equador.
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