30 de maio de 2025 Doar
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Esta é a “história secreta” da Humanae Vitae de Paulo VI 2a533h

Beato Papa Paulo VI. Foto oficial

Os documentos guardados no Arquivo Secreto do Vaticano permitiram ao estudioso italiano Mons. Gilfredo Marengo contar a história não conhecida sobre a origem da encíclica 'Humanae Vitae' do Beato Papa Paulo VI, o texto profético que no próximo 25 de julho completará 50 anos de publicação e que foi rechaçado inclusive por pessoas dentro da Igreja.

Em 25 de julho de 1968, o Beato Papa Paulo VI – que em outubro deste ano será canonizado pelo Papa Francisco junto com Dom Óscar Romero – publicou a encíclica 'Humanae Vitae' sobre a regulação da natalidade. O texto alertou sobre as consequências de usar métodos anticoncepcionais, tais como a degradação moral, a perda do respeito pela mulher e o uso desses métodos artificiais como políticas de Estado.

Para publicar o livro "O nascimento de uma Encíclica. Humanae Vitae à luz dos Arquivos do Vaticano", Mons. Marengo recebeu uma autorização especial do Papa Francisco para investigar os documentos do Arquivo Secreto do Vaticano e dos Arquivos da Congregação para a Doutrina da Fé, antes de completar os 70 anos previstos na norma para a revisão destes textos.

No livro, o também professor de antropologia no Instituto Teológico João Paulo II explica que Paulo VI deteve a publicação de uma encíclica que havia sido impressa em latim intitulada 'De nascendae prolis', porque considerou que era muito densa na doutrina e que não era pastoralmente adequada.

O jornal 'Avvenire', dos bispos italianos, assinala que o texto deveria ter sido publicado em 23 de maio de 1968. Era o resultado do trabalho realizado pelo sacerdote dominicano Mario Luigi Ciappi, o então teólogo da Casa Pontifícia que mais tarde foi nomeado Cardeal.

Dom Ciappi trabalhou sobre a base de um projeto preparado pela Congregação para a Doutrina da Fé em 1967, depois que, em 1966, Paulo VI considerou insuficiente o documento final da Comissão Pontifícia que estudou o tema e que se mostrou a favor dos contraceptivos.

O livro explica que o texto de Dom Ciappi, "do ponto de vista geral", elevava "o perfil doutrinal já dominante no projeto da Congregação". Deste modo, configurou-se "como um rigoroso pronunciamento da doutrina moral".

O documento de Dom Ciappi também introduziu os temas do celibato e da virgindade consagrada, que o tornou ainda mais denso.

Quando o documento chegou aos tradutores, os teólogos ses e espanhóis – entre eles os atuais cardeais Paul Poupard e Eduardo Martínez Somalo – advertiram acerca das dificuldades.

O Cardeal Giovanni Benelli, então Substituto da Secretaria de Estado, explicou o problema ao Papa, que decidiu não publicar a encíclica e entregá-la a outro sacerdote dominicano, Pe. Benoit Duroux, consultor da Congregação para a Doutrina da Fé.

'Avvenire' indica que o novo texto também não era totalmente adequado, então Paulo VI "tomou toda a seção pastoral e acrescentou uma série de indicações muito delicadas que ainda revelam sua impressão".

O Papa também mudou o novo título que havia sido dado ao texto, de 'Vitae tradendae munus', foi chamado 'Humanae Vitae'. O livro de Mons. Marengo publica todas as correções feitas à mão pelo Beato.

Consulta aos bispos

Algumas pessoas acusam Paulo VI de ter publicado a encíclica sem ter consultado os bispos. A investigação de Mons. Marengo revela totalmente o contrário.

Durante o Sínodo dos Bispos de 1967, o Beato pediu a todos os prelados que compartilhassem com ele a sua posição a respeito do tema.

"A vontade do Papa de consultar todos os membros da assembleia sinodal é muito importante porque uma das acusações mais comuns depois da publicação da Humanae Vitae é que ele tomou a decisão de forma não colegial", afirma Mons. Marengo.

Dos quase 200 bispos participantes do Sínodo, somente 26 responderam dentro do prazo estabelecido, de 9 de outubro 1967 a 31 de maio de 1968. Deste grupo, 19 se expressaram a favor dos anticoncepcionais e apenas sete contra.

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Dos sete, os mais conhecidos e importantes foram o venerável Arcebispo americano Fulton Sheen; e o então Arcebispo da Cracóvia (Polônia), Karol Wojtyla, hoje São João Paulo II, que sempre quis ser recordado como "o Papa da família", segundo afirmou o Papa Francisco durante a canonização do Papa polonês.

Como consequência da reação que recebeu a 'Humanae Vitae' em nível mundial, inclusive de importantes teólogos católicos, o Papa Paulo VI não voltou a escrever uma encíclica durante os 10 anos restantes do seu pontificado, que terminou em 1978. Nos cinco anos anteriores, havia escrito sete encíclicas.

O então Secretário de Estado, Cardeal Agostino Casaroli, disse que "na manhã do dia 25 de julho de 1968, Paulo VI celebrou a Missa do Espírito Santo, pediu uma luz do Alto e assinou: Esta foi a sua mais difícil, uma das suas s mais gloriosas. Assinou a sua própria paixão".

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