6 de junho de 2025 Doar
Um serviço da EWTN News

Papa adverte sobre o perigo de não trabalhar pelo fim das guerras que afetam o mundo 61f2a

Papa Francisco diante do Corpo Diplomático. | Vatican Media

Em um discurso centrado na necessidade de promover a paz no mundo em um momento em que diversas regiões estão padecendo os efeitos da guerra e da injustiça, o Papa Francisco se dirigiu aos embaixadores acreditados junto à Santa Sé para refletir sobre os desafios que a comunidade internacional enfrenta hoje.

O Santo Padre acolheu o Corpo Diplomático no Palácio Apostólico do Vaticano, na tradicional audiência de ano novo. Seu discurso começou com uma reflexão sobre as lições da Primeira Guerra Mundial, da qual se completará o centenário de seu final neste ano de 2018.

Em concreto, assinalou que se pode obter duas advertências daquela disputa mundial que, "a humanidade, infelizmente, não soube compreender de imediato, encontrando-se vinte anos depois a combater um novo conflito, ainda mais devastador que o precedente", disse em referência à Segunda Guerra Mundial.

"A primeira advertência: vencer nunca significa humilhar o adversário derrotado. A paz não se constrói como afirmação do poder do vencedor sobre o vencido. Não é a lei do medo que dissuade de futuras agressões, mas a força serena de uma razoabilidade que incita ao diálogo e à mútua compreensão para sanar as diferenças", explicou.

A segunda advertência é que "a paz consolida-se quando as nações se podem confrontar em um clima de igualdade. Intuiu-o há um século – completa-se precisamente hoje – o então presidente dos Estados Unidos da América, Thomas Woodrow Wilson, quando propôs a instituição de uma associação geral das nações visando promover – para todos os Estados, grandes e pequenos, indistintamente – mútuas garantias de independência e integridade territorial. Deste modo se lançaram, idealmente, as bases daquela diplomacia multilateral que, no decurso dos anos, foi adquirindo um papel e uma influência crescentes no seio da comunidade internacional".

Desarmamento e paz

Francisco destacou que a paz deve ser reconhecida universalmente "como um dos valores mais altos que se deve procurar e defender".

Nesse sentido, fez um chamado ao desarmamento, pois "o desarmamento integral e o desenvolvimento integral estão intimamente relacionados entre si. Entretanto a busca da paz como condição prévia para o desenvolvimento supõe combater a injustiça e erradicar, de forma não violenta, as causas da discórdia que levam às guerras".

"A proliferação de armas agrava claramente as situações de conflito e implica enormes custos humanos e materiais, deteriorando assim o desenvolvimento e a busca duma paz duradoura", advertiu.

O Pontífice se referiu, em concreto, a alguns países e regiões onde a paz deve ser uma prioridade para a comunidade internacional. Começou referindo-se à Península Coreana: "é de suma importância que se sustente toda a tentativa de diálogo na península coreana, a fim de se encontrar novos caminhos para superar as contraposições atuais, aumentar a confiança mútua e garantir um futuro de paz ao povo coreano e ao mundo inteiro".

Em seguida, falou da Síria, onde chamou a continuar, "em um clima propugnador de maior confiança entre as partes, as várias iniciativas de paz em curso", "para que se consiga finalmente encerrar o longo conflito que envolveu o país e provocou imensos sofrimentos. Os votos de todos nós são que, depois de tanta destruição, tenha chegado o tempo de reconstruir. Mas, ainda mais que a construção de edifícios, é necessário reconstruir os corações, voltar a tecer a tapeçaria da mútua confiança, premissa imprescindível para o florescimento de qualquer sociedade".

Definiu como vital a proteção das minorias religiosas presentes na Síria, "entre as quais se contam os cristãos, que há séculos contribuem ativamente para a história da Síria". Além disso, pediu pelo regresso dos "numerosos refugiados que encontraram acolhimento e refúgio nas nações vizinhas, especialmente na Jordânia, Líbano e Turquia".

Muito relacionada com o conflito na Síria é a situação do Iraque e, por isso, pediu também novos esforços de diálogo, "para que as várias componentes étnicas e religiosas possam reencontrar o caminho da reconciliação, convivência pacífica e colaboração, bem como no Iêmen e em outras partes da região, e ainda no Afeganistão".

O Papa não se esqueceu da convivência entre israelenses e palestinos e da disputa pela soberania da cidade de Jerusalém, que ocasionou episódios de violência nas últimas semanas. "A Santa Sé, ao exprimir o seu pesar por quantos perderam a vida nos recentes confrontos, renova o seu premente apelo a ponderar bem cada iniciativa para que se evite de exacerbar as contraposições e convida a um esforço comum por respeitar, em conformidade com as pertinentes Resoluções das Nações Unidas, o status quo de Jerusalém, cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos".

Em seu discurso, Francisco também dirigiu um pensamento especial à "querida Venezuela, que está atravessando uma crise política e humanitária cada vez mais dramática e sem precedentes. A Santa Sé, ao mesmo tempo em que exorta a responder sem demora às necessidades primárias da população, almeja que se criem as condições para que as eleições, agendadas para o ano em curso, sejam capazes de dar solução aos conflitos existentes, e se possa olhar de novo com serenidade para o futuro".

Incentivou também a não se esquecer dos países que sofrem a guerra na África, "especialmente no Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e República Centro-Africana, onde o direito à vida está ameaçado pela exploração indiscriminada dos recursos, pelo terrorismo, pela proliferação de grupos armados e por prolongados conflitos".

"Não basta indignar-se perante tanta violência! É preciso que cada um, no seu próprio âmbito, trabalhe ativamente por remover as causas da miséria e construir pontes de fraternidade, premissa fundamental para um desenvolvimento humano autêntico".

Mais em 4h2f4e

Leão XIV fala por telefone com Putin u133k

Por último, falou da Ucrânia, onde "um esforço comum por reconstruir pontes é urgente também". "O ano, que findou, ceifou novas vítimas no conflito que atormenta o país, continuando a infligir grandes sofrimentos à população, particularmente às famílias que moram nas áreas afetadas pela guerra e que perderam os seus entes queridos, não raro idosos e crianças".

Confira também:

As melhores notícias católicas - direto na sua caixa de entrada c6da

Inscreva-se para receber nosso boletim informativo gratuito ACI Digital.

Suscribirme al boletín

Nossa missão é a verdade. Junte-se a nós! uy3h

Sua doação mensal ajudará nossa equipe a continuar relatando a verdade, com justiça, integridade e fidelidade a Jesus Cristo e sua Igreja.

Doar